A Amazon.com (NASDAQ:AMZN) vem enfrentando dificuldades nos últimos meses para tentar convencer os investidores de que suas ações são melhores do que as de outros gigantes da tecnologia, por causa da sua enorme vantagem no comércio eletrônico, entre outros fatores.
Mas esse problema enfrentado pela maior empresa de e-commerce dos EUA não chega a ser tão complicado assim. A Amazon afirmou que está gastando muito para crescer ainda mais, e é esse aumento de custos que está pressionando suas margens brutas.
Os custos de entregas da Amazon subiram 46% no terceiro trimestre, depois de crescerem 36% no segundo e 21% no primeiro, o que reduziu sua margem bruta em 0,7% ao ano, para 41%. Para o quarto trimestre, que sazonalmente é o período mais fraco em termos de margens, o consenso é que a margem bruta da Amazon caia mais 0,5%, para 37,7%.
Os custos da empresa ligados ao serviço de entrega em um dia, conhecido como Prime, são os responsáveis por elevar as despesas. E o investimento necessário para despachar as mercadorias em um prazo tão curto continua pressionando os resultados do resto do ano, de acordo com a própria Amazon.
Essa situação não é nada favorável para investidores de curto prazo que se sentiam atraídos pela ação por causa da sua lucratividade crescente. Os papéis da empresa, que dispararam mais de 400% nos últimos cinco anos, não fizeram nada pelos investidores nos últimos meses.
Negociadas a US$ 1.858 no fechamento de ontem, as ações da Amazon se desvalorizaram cerca de 9% desde o início de julho, ficando só um pouco à frente da Netflix (NASDAQ:NFLX)), que apresentou o pior desempenho no grupo das cinco principais ações de tecnologia, conhecido como FAANG.
Novas áreas de crescimento
Para respaldar a perspectiva baixista, alguns analistas citam a desaceleração no crescimento das vendas da Amazon, bem como o intenso escrutínio regulatório, que pode forçar a empresa a alterar seu atual modelo de negócios.
Mas, apesar desses pontos problemáticos, continuamos recomendando as ações da Amazon para investidores de longo prazo. O investimento em ações de tecnologia não está isento de riscos, principalmente no estágio tardio do seu ciclo de alta, que já mostra sinais de pico. Mas, para investidores de longo prazo, a Amazon ainda é uma das melhores apostas entre as ações de tecnologia de alto crescimento.
Desafiada pela desaceleração do crescimento na sua principal franquia de comércio eletrônico nos últimos anos, a gigante do varejo online precisa atrair mais compradores, e a entrega mais rápida de um dia está conseguindo fazer isso. Se a Amazon conseguir expandir suas vendas, os investidores não devem se preocupar com os custos ou com um impacto pequeno nas margens, em nossa opinião.
Outra razão que nos deixa confortáveis para recomendar a Amazon é que a companhia possui diversas outras unidades de negócios, fazendo com que sua base de vendas seja bastante diversificada. O CEO da companhia, Jeff Bezos, vem desenvolvendo diversas novas áreas de crescimento além das vendas de produtos online com margens reduzidas.
A Amazon opera a maior plataforma na nuvem do mundo, atendendo a grandes clientes corporativos. De fato, o Amazon Web Services, também conhecido como AWS, cresceu a uma taxa de 35% no 3º tri. A área de anúncios digitais da Amazon, outro grande empreendimento de alta rentabilidade, está se expandindo a uma taxa de três dígitos. Com o apoio dessas unidades extremamente rentáveis, a Amazon foi capaz de revolucionar diversos setores e pode continuar fazendo isso por um longo período.
Para o quarto trimestre, os analistas esperam que a receita com serviços por assinatura da Amazon, que abrangem as taxas para se tornar membro do Prime, além de serviços de conteúdo digital, como Music Unlimited e Prime Video Channels, tenha um crescimento de mais de 30%, contribuindo significativamente para seu crescimento.
Resumo
A área de comércio eletrônico da Amazon continua apresentando uma impressionante trajetória de crescimento, e sua geração de receitas a partir do AWS e de anúncios digitais permanece forte. Esses pontos fortes tornam a ação mais atraente, mesmo neste momento em a escalada nos custos prejudica temporariamente as margens.