Por Sophia Honigmann e Raphael Poiani
No pagamento realizado em março, que remunera a produção entregue em fevereiro, o preço do leite pago ao produtor subiu no comparativo mensal. As altas nos estados do Brasil Central foram o principal fator de alta, já que nos demais estados monitorados, o cenário foi de estabilidade à queda.
Considerando a média nacional ponderada dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, a alta foi de 1,0% na comparação mensal.
Na comparação anual a referência está 12,7% maior este ano.
O cenário foi de queda na captação de leite em fevereiro, na comparação mensal. As chuvas escassas no Sul e em Goiás, além dos altos custos de produção, impactaram a produção leiteira nessas regiões e refletiram no Indicador da média nacional.
Os dados parciais de março indicam recuo na captação nacional, dessa vez puxado pelo cenário de queda geral nas captações nas bacias brasileiras.
Para o pagamento a ser realizado em abril/22, referente à produção entregue em março/22, a tendência é de estabilidade à alta nos preços do leite pago ao produtor, com 58% dos laticínios pesquisados apontando para a estabilidade, 29% estimando alta e 13% falando em queda.
A tendência de alta se dá em grande parte pela concorrência entre os laticínios pela matéria-prima, observada com a alta dos preços do leite no mercado spot, além dos altos custos de produção das indústrias.
O período final da safra de capim, com algumas regiões já sofrendo com a estiagem de forma antecipada, colabora com o cenário de firmeza nos preços.
Para o pagamento a ser realizado em maio/22 (produção entregue em abril/22), a tendência é que os preços fiquem mais firmes.
Queda no poder de compra do pecuarista frente ao farelo de algodão
A alta no preço do alimento concentrado, ocasionada pelo período de entressafra, piorou a relação de troca com o boi gordo em março/22.