Quando a Alphabet (NASDAQ:GOOGL), empresa controladora do Google, divulgar seus resultados trimestrais amanhã, deverá mostrar que sua poderosa máquina de anúncios ainda está funcionando a plena potência para produzir um crescimento de dois dígitos na receita. E, no momento em que a empresa enfrenta uma das investigações antitrustes mais intensas da atualidade, isso se tornou mais importante do que nunca.
Até agora, não há qualquer sinal de que os gastos com publicidade digital tenham se enfraquecido. Por isso, a expectativa dos analistas é que as vendas do Google atinjam US$ 46,91 bilhões no quarto trimestre, um crescimento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado.

De fato, as ações da empresa se valorizaram 28% nos últimos 12 meses e 7% desde o início de 2020. Elas fecharam o pregão de sexta-feira cotadas a US$ 1.432,78.
Os investidores estão otimistas com as perspectivas da Alphabet: os serviços na nuvem da companhia dobraram sua receita de US$ 1 bilhão para US$ 2 bilhões por trimestre entre fevereiro de 2018 e julho de 2019. Não há dúvidas de que as novas oportunidades de publicidade do Google são enormes, principalmente em unidades como a plataforma de vídeos YouTube e o onipresente aplicativo Google Mapas.
Mas a companhia elevou suas despesas com essas iniciativas, além do fato de que o governo Trump e 50 advogados-gerais estão realizando uma ampla investigação sobre o Google, a fim de saber se a empresa possui uma vantagem injusta sobre rivais menores na área de publicidade.
O diretor antitruste do Departamento de Justiça dos EUA, Makan Delrahim, declarou, no trimestre passado, que uma divisão das gigantes da tecnologia do Vale do Silício era “perfeitamente possível”, como parte das avaliações abertas em meados do ano passado .
Novos negócios do Google (NASDAQ:GOOGL)
Apesar de os investidores começarem a se preocupar com a recente desaceleração no crescimento das receitas publicitárias, bem como com perdas competitivas da Amazon.com (NASDAQ:AMZN) e do Facebook (NASDAQ:FB) e com novas normas regulatórias, continuamos otimistas com o Google, por causa do seu atraente valuation e generoso portfólio de ativos à espera de lançamento.
A companhia, com sua forte musculatura financeira, está na vanguarda das inovações tecnológicas que impulsionarão o crescimento futuro e podem ajudar a diversificar suas receitas além da publicidade. Em particular, a tecnologia de direção autônoma nos carros oferece a maior oportunidade de todas para a Alphabet.
Em nossa visão, o Google é uma empresa com uma vantagem competitiva tão grande que é quase impossível desafiá-la. Mais de 90% de todas as pesquisas na internet são feitas através do Google e da sua subsidiária, o YouTube. Todos os dias, o Google processa 3,5 bilhões de pesquisas, o que faz com que sua plataforma seja a mais valiosa para os anunciantes.
Isso significa que as empresas têm poucas opções de plataformas para anunciar, a não ser a do Google. Graças à sua enorme presença na internet, a gigante dos mecanismos de busca domina o mercado publicitário digital, com 40% de controle do mercado mundial.
Ao mesmo tempo, é praticamente impossível prever o resultado dessas investigações regulatórias e seu impacto sobre os negócios do Google. Mas, se a história servir de exemplo, essas investigações geralmente terminam com uma grande multa e a imposição de mudanças às práticas internas da companhia. O Google já lidou com isso recentemente na Europa, sem perder participação de mercado por lá.
Resumo
O Google tem poder financeiro e estratégia de crescimento futuro capazes de lidar com quaisquer desafios representados por ações regulatórias e pela maior concorrência. Os rumores criados pelas últimas investigações antitrustes, em nossa visão, não devem tirar a atenção dos investidores para o que ela tem a oferecer.
Se seus vetores tradicionais de crescimento ficarem intactos e a companhia se posicionar para garantir uma grande parcela das novas áreas de crescimento, não há qualquer razão para não continuar acreditando nas ações da Alphabet.