Com a recente divulgação do Banco Central dos resultados obtidos no Mercado de Câmbio Primário (Exportação, Importação e Financeiro) do 1° semestre de 2022, observamos um crescimento na ordem de 13% em volume transacionado (em USD) quando comparado com o 1° semestre de 2021.
No comparativo abaixo, elencamos os 25 principais players desse mercado e como cada um se comportou no período. Importante destacar os 5 primeiros colocados em percentual de crescimento:
1. O banco State Street (State Street Corporation (NYSE:STT) - NYSE:STT), que adquiriu, em 2019, o controle do Natixis Brasil S.A. - Banco Múltiplo, começou a oferecer capacidade completa de negociações de câmbio (FX) em janeiro de 2021 e já cresceu incríveis 251% neste semestre, com foco no câmbio financeiro, principalmente por conta dos investimentos de não residentes no mercado brasileiro. Em valores acumulados, a instituição realizou USD 15 bi no 1º semestre de 2022 x USD 4,2bi no 1º semestre de 2021, o que garantiu a 12ª colocação no ranking geral retratando o crescimento robusto do banco num curto período de funcionamento.
2. A Xp Inc (NASDAQ:XP) continua em forte ascensão em todas as linhas (Exportação, Importação e Financeiro), crescendo 143% e mostrando que chegou de vez para brigar com os Top of Mind deste mercado. Atingindo assim, USD 10,1 bi no 1º semestre 22 x USD 4,2bi no 1º semestre 21, ocupando a 14 ª colocação no Ranking, consolidando-se numa posição atraente em pouco espaço de tempo neste mercado.
3. O HBSC desde que vendeu sua operação para o Bradesco (BVMF:BBDC4), em 2016, está em processo de reconstrução da sua subsidiária brasileira. Antes focada no varejo, a filial voltou-se às maiores empresas do País, nacionais e multinacionais, além das operações globais. Recomeçou com o atendimento a 70 grupos econômicos e em 2022 estima alcançar 500. Com 76% de crescimento neste semestre atingiu USD 7,1bi no 1º semestre 22 x USD 4,1 bi no 1º semestre 21, assumindo a 17ª colocação no ranking geral acumulado.
4. O Travelex Bank mantém a excelente performance, em linha com os últimos semestres, e cresceu 72% no volume transacionado em dólar neste período, reforçando sua posição de “Banco de Câmbio que mais cresce no Brasil”. Em números absolutos, atingiu USD 7,2 bi no 1º semestre de 2022 x USD 4,2bi no 1º semestre de 2021, conquistando sua melhor posição no Ranking do Bacen a 16ª posição, cada vez mais próximo dos grandes players deste mercado.
5. Já o Banco BTG Pactual (BVMF:BPAC11), desde que começou a investir nesse segmento, não para de crescer e tem conseguido uma performance acima da média, com 68% de crescimento neste primeiro semestre de 2022, vem conquistando mercado dos grandes bancos e chamando a atenção da concorrência. Em termos absolutos, a instituição movimentou USD 23,2 bi no 1º semestre de 2022 x USD 13,9 bi no 1º semestre de 2021, conquistando sua melhor posição no ranking de um semestre, 10ª posição.
Antes de finalizar, quero destacar as evoluções das principais instituições financeiras do País: Santander (BVMF:SANB11) caiu 10% no volume operado; Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) cresceu 28%; Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) subiu 23% e mantiveram o ritmo acima do mercado. No entanto, podemos considerar que o Bradesco ficou de lado na comparação semestral, com crescimento de 2%, ficando abaixo do mercado.
A conclusão que eu chego é que o desafio dos grandes bancos está cada vez maior, pois o câmbio é um dos grandes alvos da concorrência, já que é uma linha rentável no resultado de Serviços das instituições, já que o cenário econômico atual não está favorável para a linha de Ativos (empréstimos) e Investimentos (renda variável) dos bancos.
Expectativa para o futuro próximo
Com o novo Marco Cambial em andamento, esperamos – e estamos nos preparando para - um mercado ainda mais disputado, com a entrada de novos players. No entanto, o cliente será o maior beneficiado com toda essa transformação, pois terá cada vez mais opções, podendo contar com uma consultoria ainda mais especializada para o seu negócio.
Temos grandes expectativas para o 2º semestre, que, historicamente, é mais robusto. Já temos garantia de boas oscilações das moedas, tendo em vista os cenários político e econômico globais, além das eleições no Brasil.