Guerra Fria 2.0, aperto monetário nos EUA e terceira via traço nas eleições.
Todos os nossos heróis do fim de 2021 queimaram largada e já morreram de overdose.
É hora então de juntar os cacos e contabilizar as perdas year to date.
Quanto a Bolsa brasileira acumula de queda no ano?
Bem, depois de um janeiro em que o Ibovespa subiu +6,98% e um fevereiro com alta de +0,89%... peraí, alguma coisa estranha está acontecendo.
Alguma coisa está fora da ordem, fora da nova ordem mundial.
E essa coisa somos nós.
Aqui tudo parece que já era ruína, mas ainda é construção.
Ok, já sei o que malandragem vai falar. Sempre justo ponderarmos que o Ibovespa se faz de commodities, bancos, do velho Brasil. Não representaria, dessa forma, um panorama amplo e eclético do nosso mercado de ações.
Mas, por um momento, guarde no bolso esse argumento, pois nem é a alta do IBOV que me impressiona mais.
Estou é embasbacado com a resiliência do SMAL, praticamente flat desde o início do ano.
Se as coisas feitas para te dar prazer não estão mais tocando sinos no seu córtex pré-frontal, provavelmente você tem um problema.
Por outro lado, se as coisas feitas para provocar dor são digeridas na paz, talvez você tenha uma solução.
Ontem emergimos do Carnaval esperando ressaca da guerra, para acordarmos com a doce lembrança de que vinho bom não dá ruim, desde que bebido com moderação.
Não significa que somos invencíveis, tampouco infalíveis. Somos apenas comoditizados e baratos. Só que essas duas coisas não são a mesma coisa.
Vou te contar o grande lance das commodities: queira admitir ou não, você repara em alguém por causa de uma roupa da moda ou de um rostinho bonito. Não basta pra casar e ter filhos, mas certamente ajuda.
Então, às vezes, acontece de o gringo vir pra cá por causa de um motivo, e ficar por causa de outro, entende?
Porque alguma coisa em nossa transa é quase luz forte demais. Parece por tudo à prova, parece fogo, parece paz.