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Algodão: Preços do Algodão em Pluma Oscilaram no Correr de Setembro

Publicado 28.10.2019, 16:22
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MERCADO INTERNO – Os preços do algodão em pluma oscilaram no correr de setembro, mas, no balanço, a média mensal ficou praticamente estável frente à de agosto – esse movimento, vale lembrar, foi verificado após o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, cair por quatro meses consecutivos. A sustentação veio da firmeza de vendedores, que estiveram afastados do spot em boa parte de setembro, priorizando os embarques destinados à exportação e ao mercado doméstico. Essa postura esteve fundamentada nos patamares mais elevados dos preços internacionais, na maior paridade de exportação e na baixa disponibilidade de pluma de qualidade. No geral, esses cotonicultores estiveram atentos à finalização da colheita da temporada 2018/19 e ao beneficiamento, com muitos afirmando já ter a maior parte da produção comercializada. Do lado das indústrias, muitas utilizaram a matéria-prima estocada, enquanto outras trabalharam com a pluma recebida de contratos. Ainda assim, algumas unidades precisaram comprar pequenos volumes para entrega imediata, mesmo que envolvesse lotes heterogêneos ou apresentando alguma característica de micronaire, cor ou fibra. Além disso, empresas já buscaram garantir a pluma para o ano que vem, neste caso, envolvendo o produto da safra 2019/20.

Comerciantes estiveram ativos tanto na compra de lotes para cumprir as programações como para vendas “casadas”. Tradings, por sua vez, fecharam contratos futuros envolvendo a pluma da safra 2019/20. O volume de negócios captado pelo Cepea para exportação, inclusive, foi maior frente ao de agosto, o que esteve atrelado ao dólar elevado e à alta dos contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures). No acumulado do mês (de 30 de agosto a 30 de setembro), houve pequena alta de 0,21%, fechando a R$ 2,4751/lp, na segunda-feira, 30. Já a média de setembro, de R$ 2,4582/lp, esteve 0,34% inferior à de agosto/19 e expressivos 24,77% abaixo da de setembro/18, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de agosto/19). De acordo com dados da BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias) tabulados pelo Cepea, ao menos 42,1% da safra brasileira 2018/19 (estimada em 2,691 milhões de toneladas pela Conab) teria sido comercializada até o dia 30 de setembro. Deste total, 43,7% foram direcionados ao mercado interno, 41%, ao externo e 15,2%, para contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Em Mato Grosso, segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), informações divulgadas no último dia 9 apontam que já teriam sido comercializadas 80,54% da produção do estado, estimada em 1,846 milhão de toneladas. Nos registros da BBM são contabilizados negócios equivalentes a 33,1% da produção mato-grossense até dia 30 de setembro.

MERCADO INTERNACIONAL – De 30 de agosto a 30 de setembro, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), porto de Paranaguá (PR), aumentou 2,05%, influenciada pela valorização de 0,48% do dólar. O Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) registrou alta de 1,5%. A média mensal da paridade foi de R$ 2,5371/lp, elevação de 3,12% em relação à do mês anterior, mas ainda queda de 21,5% frente à de setembro/18 (R$ 3,2308/lp). No mesmo período, a média do Índice Cotlook A reagiu 0,36% frente à de agosto/19, mas caiu 21,4% se comparada à de setembro/18. Na comparação mensal, o dólar se valorizou 2,49% frente ao Real, e na anual, 0,4%. Em setembro, os contratos na Bolsa de Nova York acumularam alta, influenciados pela qualidade das lavouras norte-americanas, pelo avanço do petróleo no mercado internacional e pela expectativa otimista quanto às negociações entre os Estados Unidos e a China.

EXPORTAÇÃO – Dados da Secex indicam que, em setembro/19, foram embarcadas 142,4 mil toneladas da pluma, mais que o triplo do volume de agosto/19 (de 42,1 mil toneladas) e 62,1% acima das 87,9 mil toneladas de setembro/18. O faturamento em setembro foi de US$ 228,8 milhões, bem superior ao de agosto/19 (de US$ 67 milhões de agosto/19) e 49,7% acima do registrado em setembro/18 (US$ 152,8 milhões).

USDA – Dados do USDA divulgados no dia 12 de setembro indicaram que a participação dos Estados Unidos nas importações de algodão para a China recuou para 18% em 2018/19, queda acentuada em relação aos 45% em 2017/18 e abaixo da observada nos últimos cinco anos, de 30%. Vale lembrar que a pluma norte-americana recebeu tarifas adicionais pelo país asiático. O Brasil, por sua vez, colheu produção recorde por duas safras consecutivas e se beneficiou das compras para a Reserva Estadual da China, saindo de uma participação de 6% no mercado internacional (2014/15 a 2017/19) para 23% (2018/19). Para a temporada 2019/20, o USDA estima produção de 27,19 milhões de toneladas, 4,9% acima do volume anterior, impulsionada pela Índia, Estados Unidos e Paquistão. O Brasil, por sua vez, deve diminuir o volume produzido em 6,2%. O consumo global pode crescer 1,1%, indo para 26,5 milhões de toneladas. A comercialização deve totalizar 9,42 milhões de toneladas, com elevações de 1,8% nas importações e de 5,3% nas exportações frente à temporada 2018/19. Já o estoque mundial foi estimado em 18,2 milhões de toneladas, 3,6% acima do da safra 2018/19, segundo o Departamento. A China deve reduzir em 5,3% o volume estocado na safra 2019/20. Já para a Índia, estimam-se aumentos de 19,8% se comparado ao indicado em agosto/19 e de 23,4% frente à temporada passada. Ao mesmo tempo em que o estoque norte-americano está projetado em 1,57 milhão de toneladas (+48,5%).

MERCADO DE FIOS – Mesmo que em ritmo menor que nos últimos anos, a comercialização de fios vem demonstrando bom desempenho nos últimos meses, pois agentes se preparam para produção de verão. Assim, segundo colaboradores do Cepea, os estoques, que estavam altos, também foram reduzidos e algumas programações para o próximo mês já foram realizadas.

CAROÇO DE ALGODÃO – O beneficiamento avançou em setembro e parte dos agentes permaneceu atenta ao cumprimento dos contratos. Ainda assim, novos fechamentos envolvendo caroço foram efetuados ao longo do mês, no intuito de atender à demanda de pecuaristas e de indústrias. A disparidade entre os valores pedidos por vendedores e o ofertado por compradores, no entanto, limitou os negócios. Quanto aos derivados, de modo geral, empresas alegam bom desempenho nas vendas e seguem com programações. Segundo informações captadas pelo Cepea, o preço médio do caroço no mercado spot em setembro/19 foi de R$ 398,67/t em Primavera do Leste (MT), queda de 1,7% frente ao de agosto/19. Em Lucas do Rio Verde (MT), a média caiu 1,4% (R$ 364,70/t), ao passo que em Campo Novo do Parecis (MT) houve alta de 1,1% (R$ 362,05/t). Em Barreiras (BA), a baixa no mesmo período foi de apenas 0,8% (R$ 481,62/t), ao passo que em Acreúna (GO) houve alta de 1,5% (R$ 607,08/t).

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