Em março, a oferta de algodão em pluma esteve limitada no mercado doméstico, com os lotes disponíveis, especialmente os de boa qualidade, em posse de poucos agentes. Com isso, mesmo com a pressão de parte das indústrias por valores menores, vendedores seguiram firmes nos preços pedidos. Diante da necessidade de repor estoques, ao longo do mês, muitos lotes de algodão em pluma foram efetivados para embarque imediato.
No acumulado de março, o Indicador do algodão CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu significativos 6,63% e, no primeiro trimestre de 2018, quase 14%. Com as elevações, a média de março, de R$ 2,9876/lp, atingiu o maior patamar desde julho de 2011 (R$ 3,1614/lp), sendo 7,08% superior à de fevereiro/18 e 8,4% acima da de março/17 (em termos reais – IGP-DI fev/18).
A firmeza de vendedores esteve atrelada ao fato de uma parcela da safra 2016/17 já estar comprometida com contratos e aos altos patamares dos preços internacionais (apesar da leve queda no acumulado de março). Cotonicultores estiveram firmes nos preços, assim como as tradings, de modo geral. A média de março do Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente), de US$ 0,9222/lp, esteve 4,72% maior que a de fev/18, e o primeiro vencimento na Bolsa de Nova York (ICE Futures) subiu 6,4% (US$ 0,8292/lp).
Em março, conforme cálculos do Cepea, a média da paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), porto de Paranaguá (PR), foi de R$ 2,6040/lp, avanço de 5,93% em relação à do mês anterior (R$ 2,4583/lp) – chegando ao maior valor desde maio/11. O dólar se valorizou 1,06% frente ao Real no mesmo período (R$ 3,2769).
Em março, o Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) teve média de US$ 0,9222/lp, 4,72% maior que em fevereiro/18. O primeiro vencimento na Bolsa de Nova York subiu 6,4% (US$ 0,8292/lp). Conforme cálculos do Cepea, a média da paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), porto de Paranaguá (PR), foi de R$ 2,6040/lp, alta de 5,93% em relação à do mês anterior (R$ 2,4583/lp), atingindo o maior valor desde maio/11. O dólar se valorizou 1,06% frente ao Real nesse mesmo período (R$ 3,2769).
Quanto aos contratos futuros, vários fechamentos foram captados pelo Cepea ao longo de março, envolvendo pluma das temporadas 2016/17, 2017/18 e 2018/19. Indústrias brasileiras efetivaram negócios utilizando como base principalmente os vencimentos da Bolsa de Nova York. Em relação às exportações, a liquidez foi maior para a fibra da temporada 2018/19.
Dados da BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias) tabulados pelo Cepea apontam que 72,4% da safra brasileira 2016/17, estimada em 1,529 milhão de toneladas, teria sido comercializada até o dia 29 de março. Deste total, 60,8% foram direcionados ao mercado interno, 28,2%, ao externo e 11%, para contratos flex (exportação opção para mercado interno). Para a próxima temporada, os dados indicam que ao menos 42% da produção de 2017/18 (projetada em 1,789 milhão de toneladas) foi comercializada no mesmo período, sendo 40,5% direcionados ao mercado doméstico, 41,2%, para exportação e 18,3%, para contratos flex.
De acordo com dados divulgados pela Conab em 8 de março, a área semeada de algodão, que estava estimada em 1,102 milhão de hectares em fevereiro, passou para 1,143 milhão, elevação de 21,8% frente à temporada 2016/17. Com isso, o volume a ser produzido pode chegar a 1,855 milhão de toneladas na safra 2017/18, aumento de 21,3% frente à anterior e de 3,7% em relação aos dados de fevereiro. A estimativa de produtividade foi mantida em 1.629 kg/ha (-0,04%).
Ainda de acordo com a Conab, em Mato Grosso, maior produtor nacional, em consequência dos bons preços no mercado doméstico e considerando-se a maior rentabilidade da pluma em relação ao milho de segunda safra, a área está projetada em 746,5 mil hectares para 2017/18 (+18,9%). Com elevação de 21,1% na produção frente à safra passada, espera-se colheita de 1,224 milhão de toneladas na temporada 2017/18.
O Icac (Comitê Internacional do Algodão) revisou para cima o consumo mundial das safras 2017/18 e 2018/19, em 3,6% e 4,4%, respectivamente, apontando boas perspectivas para o algodão no curto prazo. O impulso vem da forte demanda têxtil nos mercados emergentes, dos crescentes custos de produção das fibras sintéticas e da conscientização dos danos ambientais causados pelas microfibras. Neste cenário, o Índice Cotlook A pode subir 1,2%, indo para US$ 0,84/lp na temporada 2018/19.
Entretanto, a produção mundial na safra 2018/19 pode cair 1,25%, para 25,35 milhões de toneladas, devido à ameaça de pragas e a preocupações com clima desfavorável. Nos Estados Unidos, maior exportador mundial, apesar do clima seco, a área pode ser de 4,9 milhões de hectares. O estoque mundial pode recuar 6,1%, passando para 17,93 milhões de toneladas, enquanto a comercialização mundial deve aumentar 7%, em 9,1 milhões de toneladas.
Na Bolsa de Nova York, todos os contratos oscilaram ao longo de março, influenciados pelo desempenho das exportações norte-americanas e pela variação do dólar frente às principais moedas. Entre 28 de fevereiro e 29 de março, o contrato Maio/18 caiu 1,77%, fechando a US$ 0,8097/lp no dia 29. O vencimento Jul/18 se desvalorizou 1,79% (US$ 0,8127/lp); o Out/18, por outro lado, registrou alta de 1,19% (US$ 0,7889/lp) e Dez/18, de 0,80% (US$ 0,7749/lp).
De acordo com dados divulgados pelo USDA no dia 29, a intenção de semeadura nos Estados Unidos para a o ano-safra 2018/19 é de 5,45 milhões de hectares, 7% superior à área cultivada na 2017/18 (5,1 milhões de hectares), 34% acima da semeada na temporada 2016/17 (4,08 milhões de hectares) e a maior desde a safra 2010/11.
CAROÇO DE ALGODÃO – As efetivações de pequenos volumes, para atender pecuaristas e indústrias, deram ritmo ao mercado em março. Algumas esmagadoras estiveram retraídas, trabalhando com estoque já adquirido e atentas ao fraco movimento no mercado de derivados (torta e farelo) desta safra 2016/17. As chuvas no Nordeste e a redução na demanda por torta e farelo têm enfraquecido o desempenho das vendas de derivados. De acordo com colaboradores do Cepea, há dificuldade no embarque do caroço já negociado, devido aos altos valores dos fretes e à falta de transporte.
Segundo informações captadas pelo Cepea, o preço médio do caroço no mercado spot em março em Campo Novo do Parecis (MT) foi 2,3% superior ao de fevereiro/18, a R$ 331,90/tonelada. Em Primavera do Leste (MT), a elevação foi de 3,9% (R$ 389,31/t) e, em Lucas do Rio Verde (MT), houve estabilidade (R$ 327,48/t). Já em Barreiras (BA), o preço médio recuou 6,2%, fechando a R$ 453,61/t.
Com a expectativa de boa produção na safra 2017/18, compradores estiveram cautelosos em negociar o produto da nova temporada antecipadamente, devido à possibilidade de conseguirem preços menores no período da colheita. Segundo a Conab, o volume de caroço de algodão produzido na próxima temporada pode atingir 2,78 milhões de toneladas (+21%).