Ontem foi um dia de ajuste no mercado de câmbio para o dólar, após super alta de sexta-feira passada. Não que eu pense num Fed menos agressivo, mas o mercado se ajusta, e não concordo com as manchetes de “apetite a risco” num dia e “aversão a risco” no outro. Isso tem outro nome: fluxo e ajuste de posições.
A reversão de um plano de corte de impostos no Reino Unido também ajudou um pouco a queda do dólar e fez a moeda norte americana fechar cotada a R$ 5,3014 no mercado à vista. O novo ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, descartou nesta segunda-feira a maior parte dos 45 bilhões de libras em cortes de impostos não compensados pelo governo proposta por Kwasi Kwarteng, seu antecessor. Kwarteng foi demitido na semana passada depois que seu polêmico plano fiscal lançou ondas de estresse pelo mercado de títulos britânico, contaminando o sentimento global.
O que ainda joga a favor do real são os nossos juros em 13,75% ao ano. A moeda norte-americana ainda recua 4,9% frente à brasileira até agora no ano. Nosso PIB tem sido revisado para cima e estamos melhor posicionados economicamente do que EUA e Europa com relação a inflação e temores de recessão que assombram boa parte dos países desenvolvidos.
A economia chinesa está em uma encruzilhada depois que o presidente Xi Jinping prometeu, no fim de semana, manter uma política de COVID zero, apesar dos danos generalizados ao crescimento. Xi, entretanto, disse que Pequim aumentará os gastos e o estímulo para ajudar a apoiar o crescimento.
O Fed, ao contrário, deverá anunciar sua sexta alta do ano em 2 de novembro, quando o Comitê Federal de Mercado Aberto, ou FOMC, realizará sua reunião mensal. Desde março, o banco central dos EUA subiu a taxa de juros por 300 pontos base, de um total original de 25 pontos em fevereiro. A autoridade monetária pretende acrescentar outros 125 pontos base aos juros antes do final do ano, com os economistas esperando novas subidas em 2023.
Para hoje, teremos de índices no Brasil o IGP-10 e, nos EUA, produção industrial. Na Europa, vamos acompanhar pronunciamento de Schnabel, do BCE.
Bons negócios e muito lucro aí, galera… e segue a volatilidade!