
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Agosto se iniciou mantendo a tradição das perspectivas contumazes, e pior desta vez, se não houver motivos sustentáveis, que há, os ecos políticos internos sinalizam que podem assegurar esta visão prospectiva.
Os sinais iniciais internos sugerem que a cena política fará os fundamentos econômicos sucumbirem, e assim, as tendências críveis podem ser alteradas pelos humores predominantes, onde o acirramento entre os poderes está cada vez mais preocupante e desalentador.
Este ambiente provoca o retorno intenso da volatilidade no câmbio que ontem oscilou de R$ 5,11 a R$ 5,21, da margem a movimentos intensos especulativos que prejudicam os negócios atrelados ao exterior, e, retarda a melhor formação de preço da moeda americana no nosso mercado, mas compatível com o ajuste do juro promovido pelo COPOM, e que deve ser, mais uma vez, elevado na reunião que o Comitê encerrará amanhã, minimamente em 1%, sem encerrar o ciclo, visto que as projeções inflacionárias do Boletim FOCUS já estão no entorno de 6,88% o que deixa evidente que a SELIC projetada para o final do ano em 7,00% será insuficiente.
O juro é o antídoto mais contundente à apreciação da moeda americana no nosso mercado, por isso entendemos que, dentro de ambiente de normalidade, o preço do dólar tenderia a R$ 5,00 ou até menos, caso se confirmasse o pressuposto de os investidores estrangeiros, em especial especulativos ancorados em operações de “carry trade”, retornassem ao país em volume considerável.
Como sempre salientamos o Brasil é um excelente risco em moeda estrangeira, visto que tem reservas consideráveis lastreando esta credibilidade e conceito favorável com um CDS no entorno de 176 pontos.
Contudo, é inegável que o “tom” do acirramento político entre os poderes e o conteúdo e a forma tem “punch” desestabilizador e preocupante, e tira o foco do “principal” que deveria ser discutido e pautado pelo governo e cria devaneios com posturas intranquilizadoras.
A economia tem projeção de crescimento do PIB em 5,3%, mas o país ainda convive com a pandemia do coronavirus, e é enganoso que tenha otimismo com 20% da população imunizada e uma discreta queda na curva de contaminação e letalidade, visto que a nova cepa “delta” deve estar em perspectiva e considerando o comportamento social interno não pode ser descartada como uma ameaça concreta.
Não há porquê nos imaginarmos diferentes das outras economias, muito mais saudáveis que a nossa, que estão repercutindo os danos do “delta” em suas atividades econômicas, como China e Estados Unidos, sendo que este já acusou redução da demanda de mão de obra.
A crise hídrica agrega pesadas elevações de custo ao setor produtivo, inflacionando preços e impactando ainda mais como redutor de renda dos consumidores, que, também, sofrem o impacto direto nos preços do consumo de água e energia.
Num clima como este a Bovespa recuou a um patamar mais baixo, tem inúmeros IPOs programados, mas entendemos que parte pode estar fadada ao insucesso, visto que o investidor estrangeiro, face ao ambiente político, pode ficar arredio para vir ao Brasil, cuja economia ainda não evidencia dinamismo sustentável e se assim o mercado acionário se ancora no setor de commodities e financeiro.
O setor varejista vem deixando concretos sinais que tem sido aquecido com a renda dos programas sociais do governo e isto está evidente nos resultados demonstrados pelos líderes do setor e o comportamento de suas ações na Bovespa.
Enfim, um mês para muita cautela operacional!
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