A Movida (SA:MOVI3) reportou um forte crescimento no 1T22. A receita líquida aumentou +144 por cento, o Ebitda +183 por cento e o lucro líquido +136 por cento.
A performance impressionante da locadora de carros é resultado de uma estratégia acertada, que se beneficia dos novos hábitos de mobilidade urbana.
A Movida encerrou o trimestre com uma frota de 192 mil carros (+56,5 por cento vs. 1T21) e apresentou resultados recordes, com forte crescimento em todas as suas áreas de negócio.
Principais pontos positivos: a receita do RAC (aluguel de carros) cresceu +63 por cento a/a e +6,3 por cento t/t; do GTF (gestão e terceirização de frotas) avançou +140 por cento a/a e +6,6 por cento t/t; e do seminovos aumentou +255 por cento a/a e +20,4 por cento t/t.
Ganhos tributários: vale ressaltar que, com a redução da vida útil fiscal dos veículos de 48 para 24 meses (e o consequente aumento da depreciação fiscal), a companhia registrou um ganho com créditos de PIS/COFINS no valor de 57 milhões de reais no 1T22.
O impacto disso é recorrente daqui em diante (a margem maior se mantém), mas o ganho de margem em relação ao período anterior (aproximadamente 3 p.p. neste trimestre) só vai ocorrer ao longo de 2022.
Voltando à normalidade: aos poucos, as montadoras têm entregado carros à Movida, que realizou um investimento líquido (da receita de venda de ativos) de 1 bilhão de reais no 1T22 (+143 por cento).
Adicionalmente, destacamos que o valor contábil atual dos veículos da Movida é de 12,3 bilhões de reais, porém o valor de mercado (Tabela FIPE) é de 15,9 bilhões de reais, ou seja, a valorização demonstra que a estratégia de aceleração das compras em 2021 foi acertada e tem ajudado a companhia a se a proteger dos aumentos dos juros.
Direto ao ponto: a evolução do ROIC Spread deixa claro que, ao contrário do que o mercado imaginava, a Movida está criando mais valor para seus acionistas, mesmo neste cenário de restrição da oferta por parte das montadoras e da forte alta dos juros. Antes da pandemia (2019), o ROIC Spread da Movida era de 5,5 p.p. (ROIC 10,4 por cento e Kd de 4,9 por cento).
Com a demanda muito aquecida, a diária média do RAC subiu para 128 reais (+156 por cento), enquanto o ticket médio mensal no GTF foi para 1,6 mil reais (+26 por cento, com novos contratos sendo fechados com ticket de 2,4 mil reais), comprovando que a empresa está mais do que conseguindo repassar o aumento de seus custos.
A tendência é que as tarifas continuem aumentando. Pela primeira vez em sua história, a demanda de março foi maior do que a de janeiro (mês de férias ou feriados prolongados) e em abril, que sazonalmente é o pior mês do ano para as locadoras, a demanda está ainda maior do que em março.
Considerações finais: enquanto o mercado segue comprando a narrativa de que as locadoras não crescerão mais por conta do cenário atual, a Movida segue apresentando resultados que mostram o contrário disso.
Após ceder -7 por cento no pregão seguinte à divulgação de ótimos resultados no primeiro trimestre, suas ações negociam a menos de 6x lucros.
No nosso entendimento, essa é uma grande oportunidade para aqueles que precisam montar ou complementar sua posição em MOVI3.
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