Disruptiva como é, a tecnologia vem mudando o modo de enxergar muitos mercados, trazendo a possibilidade de inovar ainda mais em muitos projetos. Quando Satoshi Nakamoto surgiu com o Bitcoin e implementou este conhecimento ao blockchain, jamais se imaginou onde tudo chegaria. O blockchain se tornou tão relevante para o mundo, que muitas empresas e iniciativas surgiram a partir dele, possibilitando uma maior usabilidade e aplicações, como no caso da tokenização.
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Esse novo processo tem mudado a maneira de ver o mercado financeiro e, ainda arrisco dizer, alterando a forma de investir nos mais diversos ativos que existem. Quando falamos em setor financeiro e de investimentos, logo pensamos nos ativos tradicionais, como as ações, fundos imobiliários, projetos de construção de prédios, recebíveis, entre muitos outros. Mas, tem um detalhe importante: a operacionalização de todos estes ativos é mais complexa do que imaginamos, uma vez que envolve sistemas de registro, compensação, liquidação e custódia.
A tokenização facilita e, além disso, permite que os custos sejam, significativamente, reduzidos. Tudo pode ser processado por computadores descentralizados utilizando algoritmos matemáticos e criptografias, no mesmo instante, sem nenhuma interferência humana. A única intervenção é a do proprietário do token, que é o responsável pelas assinaturas digitais de acesso para movimentá-los. De maneira, completamente transparente, a tokenização traz segurança e eficiência a todo o processo.
Levando em consideração a velocidade com que a informação chega a nós, há também a necessidade de modernização do sistema para possibilitar a agilidade e segurança aos processos como um todo. Algo que a tokenização, por meio do blockchain, resolve. Outro aspecto importante a pontuar é a necessidade de democratização do acesso a estes investimentos. Na minha visão, esta é a segunda grande mudança que veremos, intensamente, nos próximos tempos. Atualmente, apesar de já demonstrar popularização, alguns tipos de investimentos só estão acessíveis para uma certa parcela da população. Já com a tokenização, é possível eliminar a necessidade dos intermediários que oferecem esses investimentos, viabilizando a qualquer um investir em ativos aos quais nunca teve acesso antes, trazendo uma significativa mudança ao mercado financeiro.
Esta acessibilidade pode ser vista na parceria com um dos maiores clubes de futebol do Brasil, o Cruzeiro Esporte Clube, para tokenizar ativos do mecanismo de solidariedade. O mecanismo de solidariedade é uma estratégia criada pela Fifa com o propósito de recompensar os clubes que formam jogadores, para que possam ganhar uma porcentagem da venda subsequente do atleta. O objetivo é levar ao torcedor a possibilidade de se envolver ainda mais com o clube e, em contrapartida, beneficiá-lo com a oportunidade de se financiar para desenvolver o time.
Por fim, as mudanças que a tokenização traz, vão muito além do operacional, com a otimização dos processos e redução dos custos, elas influenciam também em todo um perfil comportamental. Por permitir que o investidor tenha a custódia dos ativos e controle sobre seu próprio capital, não é preciso confiar em ninguém a não ser nele mesmo. Definitivamente, todos esses fatores permitem, como mencionei anteriormente, que os investidores tenham acesso a produtos financeiros que eram apenas acessíveis a algumas pessoas e, então, veremos cada vez mais produtos disponíveis no mercado que não existiam antes. Isso define muito bem a tokenização: democratização, transparência e agilidade nos investimentos.
*Felippe Percigo é CMO da Liqi, plataforma de tokenização baseada em blockchain.