Na última semana de agosto, houve melhora no volume total de açúcar cristal negociado no spot do estado de São Paulo. De acordo com levantamento do Cepea, o dólar elevado, que estimula as exportações nacionais do alimento, pode ter atraído compradores domésticos para novas aquisições no spot paulista. Do lado das usinas, a grande maioria consultada pelo Cepea segurou os valores de suas ofertas, reforçando a alta nos preços. Assim, a média do Indicador CEPEA/ESALQ (cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista) foi de R$ 61,06/saca de 50 kg de 26 a 30 de agosto, alta de 1,39% em relação à de 19 a 23 de agosto (R$ 60,22/saca de 50 kg). Em agosto/19, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 60,07/sc, 0,62% acima da de julho/19 (R$ 59,70/sc). No acumulado da atual temporada 2019/20 (de abril/19 a agosto/19), os preços médios seguem superiores aos dos mesmos períodos da safra anterior 2018/19, em termos reais.
ETANOL: EM AGOSTO, VOLUME DE ETANOL HIDRATADO RECUA FORTES 33%
O volume de negócios envolvendo o etanol hidratado captado pelo Cepea em agosto recuou fortes 33% na comparação com o mês anterior. Esse cenário esteve atrelado à retração de parte da demanda, especialmente nas últimas semanas do mês, que se mostrou abastecida. Quanto aos preços, em agosto, a média das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,7254/litro, 2,74% acima da observada nas semanas de julho e 12,7% superior à de agosto do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-M de agosto/19). O Indicador CEPEA/ESALQ do anidro teve média de R$ 1,9331/litro em agosto, altas de 3,74% frente ao de julho e de 16,6% em relação ao de agosto/18 – aqui considera-se somente o mercado spot. Na parcial da safra 2019/20 (de abril a agosto de 2019), a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado está 3,6% acima da observada no mesmo período de 2018, em termos reais. No caso do anidro, a média desta safra está 3,21% acima da registrada na parcial da temporada anterior.
TRIGO: COTAÇÕES OSCILAM COM FORÇA, MAS FECHAM AGOSTO EM ALTA
As cotações domésticas do trigo oscilaram com certa força ao longo de agosto, mas fecharam o mês em alta, de acordo com pesquisas do Cepea. Do lado comprador, muitos estiveram retraídos, no aguardo de aumento na oferta com o início da colheita e de possíveis valores inferiores aos observados no primeiro semestre deste ano. Já vendedores consultados pelo Cepea, por sua vez, pediram preços maiores por lotes remanescentes de trigo, de olho na produtividade e na qualidade do grão da temporada 2019/20, que podem ser prejudicadas pelo clima desfavorável. Quanto aos derivados, em agosto, pesquisas do Cepea apontam que as cotações internas das farinhas oscilaram e as dos farelos subiram. O movimento misto de preço de alguns derivados está atrelado ao fato de as negociações envolverem pequenos volumes e de a moagem estar baixa – pontualmente, alguns moinhos interromperam o processamento para fazer as manutenções necessárias. Para o farelo, a demanda esteve aquecida em boa parte do mês.
BATATA: PREÇOS RECUAM, MAS CONTINUAM EM ALTOS PATAMARES
Produtores consultados pelo Cepea do Sudoeste Paulista e Cristalina (GO), que estavam em intervalo de colheita, voltaram a ofertar no mercado entre 26 e 30 de agosto. Assim, os preços da batata ágata padrão, que estão em patamares elevados, recuaram 5,7% frente à semana anterior, fechando com média de R$ 113,50/sc de 50 kg. Quanto à batata Asterix, que normalmente tem preços maiores que os da ágata, registraram forte baixa. De acordo com colaboradores do Cepea, a entrada da Asterix nos boxes foi bem elevada durante toda a semana e são provenientes, principalmente, de Vargem Grande do Sul (SP). Na semana passada, as vendas dessa variedade, em São Paulo (SP), fecharam com média de R$ 118,57/sc, queda de 28,37% frente à semana anterior; no Rio de Janeiro (RJ), a R$ 96,50/sc, baixa de 20,37% e em Belo Horizonte (MG), a R$ 105,15/sc, queda de 17,20%.