As vendas de açúcar registraram elevação nos últimos dias no mercado atacadista do estado de São Paulo. Segundo informações do Cepea, diante incertezas causadas pelo covid-19, consumidores aumentaram suas aquisições de mantimentos nos supermercados, e o açúcar, parte da cesta básica, foi um dos produtos que apresentou negócios aquecidos na semana passada. No mercado atacadista do estado de SP (vendas das usinas para os supermercados), o Indicador de Cristal Empacotado fechou a R$ 9,2270/saca de 5 kg na segunda-feira, 30, alta de 5,15% sobre a segunda anterior, 23. Já no mercado spot paulista do açúcar cristal, a demanda continua baixa. Além das incertezas da economia como um todo, nesse período de início da moagem da safra 2020/21, a procura costuma ser menor.
ETANOL: PREÇOS E VOLUME NEGOCIADO CAEM COM FORÇA
Entre 23 e 27 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou a R$ 1,5137/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), forte recuo de 9,47% em relação ao do período anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 1,8748/litro (sem PIS/Cofins), desvalorização de 7,28% no mesmo comparativo. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio do começo das atividades de moagem em muitas usinas do Centro-Sul e da demanda bastante enfraquecida. Esse cenário, inclusive, fez com que o volume de etanol hidratado captado pelo Cepea na semana passada fosse o mais baixo desde o período encerrado em 3 de março de 2017. Frente ao período anterior, a queda no volume negociado do biocombustível foi de significativos 70,5%.
TRIGO: BAIXA OFERTA, MAIOR DEMANDA E IMPASSES LOGÍSTICOS ELEVAM PREÇOS
O baixo excedente de trigo e a maior procura por derivados têm elevado as cotações no mercado doméstico, de acordo com informações do Cepea. Os impasses logísticos nos portos argentinos e nas rodovias brasileiras também tendem a dificultar novas compras e o recebimento do cereal já contratado, cenário que deve seguir sustentando os preços. Especificamente quanto aos derivados, a demanda por farelo de trigo cresceu de forma expressiva nos últimos dias, mas os preços se mantiveram estáveis. Em contrapartida, as farinhas apresentaram leve valorização já nesta semana.
MELÃO: MEDIDAS DE CONTENÇÃO DO COVID-19 LIMITAM NEGÓCIOS NA CEAGESP
O isolamento da população e a paralisação de instituições, como escolas e restaurantes, como medidas de contenção ao coronavírus, já têm afetado a comercialização de melão na Ceagesp. Segundo agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, até segunda-feira, 23, a movimentação de clientes estava normal no entreposto. Contudo, nos dias posteriores, a demanda se reduziu consideravelmente – o que resultou, inclusive, na prática de alguns descontos. Mesmo com as vendas enfraquecidas, o preço médio do melão se alterou pouco na semana passada: o amarelo tipo 6 e 7 foi cotado a R$ 35,33/cx de 13 kg, valor similar ao do período anterior. Isso ocorreu porque o cenário de baixa oferta permanece, por conta do encerramento da safra do Rio Grande do Norte/Ceará e dos envios ainda pequenos do Vale do São Francisco (BA/PE).