Desde o início oficial da atual safra 2020/21, em abril/20, as usinas do estado de São Paulo têm produzido uma maior quantidade de açúcar. E, ainda assim, os valores médios do cristal no mercado spot paulista ao longo desta temporada estão superiores aos verificados na anterior (2019/20). A sustentação vem das exportações aquecidas, que fazem com que agentes de usinas consultados pelo Cepea aumentem os valores das ofertas no mercado doméstico. Em julho/20, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 77,36/saca de 50 kg, altas de 1,47% sobre junho/20 (R$ 76,24/saca de 50 kg) e de expressivos 20,18% sobre julho/19 (R$ 64,37/saca de 50 kg), em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI, base junho/20). Na última semana de julho, especificamente, a liquidez aumentou, com maiores volumes de cristal sendo negociados. De 27 a 31 julho, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 78,26/saca de 50 kg, avanço de 0,73% em relação à anterior (de R$ 77,69/saca de 50 kg, de 20 a 24 de julho).
ETANOL: PREÇOS MENSAIS DOS ETANÓIS SEGUEM PRATICAMENTE ESTÁVEIS EM JULHO
De acordo com pesquisas do Cepea, os preços dos etanóis hidratado e anidro estiveram firmes ao longo de julho, sustentados pela reação nas vendas do biocombustível na ponta de distribuição. Ressalta-se que, apesar do aquecimento no mês, a saída de etanol ainda esteve bem aquém do observado no período que antecede a pandemia de covid-19, mesmo com biocombustível mostrando competitividade frente à gasolina C no segmento varejista dos principais estados consumidores. Representantes de distribuidoras consultados pelo Cepea mostraram necessidade de repor estoques em julho, estando mais ativos especialmente na segunda quinzena do mês. Além da demanda, outro fator que deu sustentação às cotações do etanol em São Paulo foi a postura firme dos vendedores, com muitas usinas dando enfoque na produção de açúcar. A média dos valores das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,6368/litro, pequeno recuo de 0,41% na comparação com as semanas cheias de junho. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, porém, foi registrado pequeno aumento de 0,16%, com média de julho a R$ 1,8566/litro no spot.
TRIGO: COTAÇÕES DOS DERIVADOS REGISTRAM ALTA
Os preços médios de todas as farinhas e farelos subiram de 27 a 31 de julho frente à semana anterior. Colaboradores consultados pelo Cepea acreditam que, com a flexibilização do comércio não essencial nas grandes metrópoles do País, os negócios devem ser reestabelecidos com mais firmeza nos próximos meses. Agentes relatam, inclusive, que a demanda por farinhas destinadas a massas frescas, massas em geral e bolachas já dá sinal de reação. No caso dos farelos, a maioria dos moinhos consultados pelo Cepea ainda atua com a capacidade reduzida e, com isso, limitam a oferta e mantém os preços em alta.
TOMATE: COM BOA PARTE DA PRODUÇÃO JÁ COLHIDA, OFERTA CAI E PREÇOS SOBEM
Com boa parte da produção de tomates já colhida, a oferta diminuiu entre 27 e 31 de julho, elevando as cotações. Na Ceagesp, o tomate salada longa vida 3A, caixa de 18-20 kg, registrou alta de 52,61% frente à semana anterior, indo a R$ 38,68. Em Campinas (SP), os preços subiram 45,73%, a R$ 34,36, e no Rio de Janeiro e Belo Horizonte (MG), os aumentos foram de 45,73% e 55,18%, respectivamente, a R$ 34,36 e R$ 29,21, na mesma ordem. Vale ressaltar que na semana anterior, as temperaturas mais elevadas resultaram em acentuada maturação dos frutos, elevando a oferta e causando até descartes. Para esta semana, entretanto, a expectativa é de nova alta nos preços, devido à menor oferta e às temperaturas mais baixas, que devem controlar a maturação dos tomates.