O volume de açúcar cristal negociado no mercado spot do estado de São Paulo vem diminuindo há duas semanas. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário pode ser explicado, entre outros fatores, pelas boas quantidades vendidas entre julho e a primeira dezena deste mês, cenário que deixou as usinas em uma posição mais confortável com relação ao fluxo de caixa e compradores mais abastecidos. O maior direcionamento da cana-de-açúcar para produção do etanol também vem comprometendo a oferta de cristal no spot. Nesse cenário, os preços se estabilizaram na última semana. Entre 19 e 23 de agosto, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 60,22/saca de 50 kg, pequena alta de 0,17% em relação à média entre 12 e 16 de agosto (R$ 60,12/saca de 50 kg).
ETANOL: PREÇO DO ETANOL RECUA APÓS SUBIR POR QUASE DOIS MESES
Depois de subir por quase dois meses, o preço do etanol hidratado caiu em São Paulo na semana passada. Essa foi, inclusive, a primeira desvalorização neste período de pico de colheita na região Centro-Sul. De acordo com colaboradores do Cepea, a pressão veio do enfraquecimento da demanda – distribuidoras seguem retirando produto adquirido anteriormente. Do lado das usinas, algumas seguiram firmes nos preços de venda, enquanto outras cederam por necessidades financeiras. Além de São Paulo, esse recuo nos preços foi observado também em outros estados, como Goiás, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Entre 19 e 23 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou a R$ 1,7217/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), baixa de 1,35% em relação ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 1,9324/litro (sem PIS/Cofins), queda de 0,71% na mesma comparação.
TRIGO: INÍCIO DA COLHEITA É MARCADO POR EXPECTATIVA DE BAIXA OFERTA E COTAÇÕES ELEVADAS
A colheita de trigo ainda está no início no Brasil, mas a expectativa de safra menor já limita a possibilidade de quedas acentuadas nos preços domésticos, pelo menos no curto prazo. Conforme colaboradores do Cepea, produtores estão mais ativos nas comercializações de contratos a termo para entrega a partir de meados de setembro, e muitos ofertam o produto a preços mais firmes. Mesmo assim, a maioria dos moinhos consultados pelo Cepea está afastada das compras do grão no mercado interno. Essa retração, que é típica em período de colheita, limita altas mais expressivas nas cotações internas, especialmente em anos de oferta considerada satisfatória – cenário oposto ao esperado no Brasil para este ano-safra.
ALFACE: COM PROCURA CADA VEZ MENOR, PREÇO DA CRESPA EM SP É O MAIS BAIXO DO MÊS
Os preços das alfaces caíram nas regiões paulistas de Mogi das Cruzes e Ibiúna nos últimos dias, pressionados pela oferta elevada e baixa procura em ambas as praças, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. Além disso, com o intuito de estimular as vendas, muitos produtores realizaram promoções na última semana, reduzindo os valores pedidos. Mesmo assim, o excesso de oferta elevou os descartes, devido ao tempo prolongado das folhosas nas roças. Nesse cenário, entre 19 e 23 de agosto, o preço médio da alface crespa em Mogi das Cruzes foi de R$ 10,62/cx com 20 unidades, queda de 10,21% frente ao da semana anterior. Apesar da desvalorização, a rentabilidade da hortaliça permanece positiva na praça paulista, por conta do menor custo unitário nesta época do ano.