O ritmo de negócios envolvendo o açúcar cristal esteve calmo no mercado spot do estado de São Paulo na semana passada, de acordo com levantamento do Cepea. A demanda não mostra sinais de aquecimento, o que indica que compradores estão abastecidos com o açúcar recebido por meio dos contratos, diminuindo, assim, a necessidade de adquirir grandes volumes no spot. Do lado das usinas consultadas pelo Cepea, a oferta seguiu restrita, em meio ao final da safra 2019/20. De 11 a 14 de novembro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 65,73/saca de 50 kg, estável (-0,04%) em relação à média de 4 a 8 de novembro (R$ 65,76/sc de 50 kg). No Nordeste, por sua vez, pesquisas do Cepea apontam que as negociações de açúcar estiveram em ritmo lento e os preços, estáveis. Algumas usinas consultadas pelo Cepea priorizaram as exportações e seguraram as vendas do produto no mercado spot, na expectativa de preços maiores.
ETANOL: DEMANDA AQUECIDA SEGUE SUSTENTANDO PREÇOS DO HIDRATADO
As vendas aquecidas de etanol hidratado nos últimos meses continuam sustentando o preço do hidratado em São Paulo e também em outros estados da região Centro-Sul, conforme apontam os levantamentos do Cepea. Boa parte do combustível foi alocada para o consumo interno desses estados, em função da relação favorável para o biocombustível nas bombas. Além da demanda, usinas consultadas pelo Cepea seguem firmes nos preços de venda com reajuste quase semana a semana, movimento reforçado pela finalização das atividades de moagem em várias unidades produtoras. De 11 a 14 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (preço ao produtor) fechou a R$ 1,8784/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), pequeno avanço de 0,21% em relação ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,0855/litro (sem PIS/Cofins), elevação de 0,11% no mesmo período.
TRIGO: PREÇOS DOMÉSTICOS SE ELEVAM COM ALTA DO DÓLAR
A colheita de trigo avança no Rio Grande do Sul, evidenciando que a qualidade do cereal está inferior à desejada – agentes consultados pelo Cepea indicam que a disponibilidade de trigo de PH 78 ou maior está baixa. Esse cenário atrelado à valorização do dólar têm elevado os preços domésticos do trigo – vale lembrar que a moeda norte-americana em alto patamar encarece a importação e acirra a disputa pelo produto brasileiro. No Rio Grande do Sul, dados da Emater apontam que, até a última quinta-feira, 80% da área havia sido colhida, avanço semanal de 13 p.p.. No Paraná, o Deral/Seab indica que, até o dia 11 de novembro, a colheita havia atingido 95% da área, avanço semanal de 3 p.p.. Em Santa Catarina, a colheita está no início, mas produtores ainda não demonstram muito interesse em fixar preços.