O volume total de açúcar cristal negociado no mercado spot de São Paulo dobrou na última semana de maio frente à anterior. Com usinas ofertando maiores quantidades a preços mais baixos, compradores estiveram mais ativos nas negociações para pronta-entrega, mesmo tendo adquirido grandes volumes do produto por meio de contratos antecipados, conforme relatos de colaboradores do Cepea. Entre 27 e 31 de maio, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 66,69/saca de 50 kg, queda de 3,05% em relação à do período entre 20 e 24 de maio (R$ 68,79/sc). Apesar desse aumento pontual da oferta, as usinas paulistas continuam direcionando uma maior quantidade da cana para a produção de etanol, o que pode, em períodos futuros, restringir a oferta do cristal no spot. Segundo acompanhamento da Unica, de abril até a primeira quinzena de maio, as usinas de SP haviam moído 48,724 milhões de toneladas de cana da safra 2019/20, sendo 61,76% para a produção de etanol e 38,24% para a de açúcar.
ETANOL: APESAR DA PROCURA ELEVADA, VALORES RECUAM EM MAIO
Nas quatro semanas cheias de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado teve média de R$ 1,64492/litro, valor 10,9% menor do que o das semanas cheias de abril. Para o anidro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ também registrou queda entre abril e maio, de 3,15%, com média de R$ 1,92372/litro no mês passado, considerando-se somente o mercado spot. Segundo pesquisadores do Cepea, os primeiros dois meses da safra 2019/20 têm mostrado ainda pouca definição no comportamento dos preços dos etanóis. A demanda segue aquecida nas bombas, em função da boa vantagem do hidratado frente à gasolina, e o processamento de cana segue aquém do registrado em igual período da safra anterior, mas os preços, em termos reais, ainda ficam próximos aos observados no mesmo período de 2018. O volume de etanol hidratado comercializado em maio em São Paulo, segundo dados levantados pelo Cepea, foi praticamente igual ao de abril, com ligeiro recuo de 0,45%. No comparativo com o mesmo período de 2018, contudo, houve forte aumento de 34%.
TRIGO: COTAÇÕES AVANÇAM NO MERCADO EXTERNO, MAS CAEM NO DOMÉSTICO
Os preços externos e internos do trigo apresentaram comportamentos distintos em maio. Enquanto os valores avançaram no mercado internacional, no Brasil, oscilaram, influenciados pela cautela de agentes quanto a novas aquisições – como as vendas de farinhas estavam enfraquecidas no mês passado, agentes aguardam um momento mais favorável para negociar. Desta forma, conforme colaboradores do Cepea, as compras do grão foram pontuais ao longo do mês, no intuito de suprir estoques de moinhos no curto prazo. Já nos Estados Unidos e na Argentina, as cotações subiram. Nos EUA, o impulso veio do clima desfavorável às lavouras de primavera – a possibilidade de a umidade seguir elevada em áreas produtoras do país pode resultar em novos atrasos na implantação do cereal. Na Argentina, por sua vez, o maior volume de farinha comercializado nas últimas sete safras elevou os preços da matéria-prima, uma vez que indústrias tentam antecipar as aquisições do cereal no curto prazo.
CENOURA: AUMENTO DA OFERTA PRESSIONA COTAÇÕES EM MG
Os preços da cenoura encerraram o mês de maio em queda na região produtora de São Gotardo (MG), refletindo o aumento da oferta – as temperaturas mais baixas e o clima seco favoreceram a produção na praça mineira. Além disso, as áreas colhidas não foram atingidas por precipitações no período de plantio. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, ainda que o volume colhido não seja considerado alto, a menor procura no final do mês reduziu o escoamento, ajudando a pressionar as cotações. Apesar da melhora na segunda quinzena do mês, a produtividade também caiu em maio, 5,7% frente à registrada em abril, com média de 45,9 t/ha. Assim, a caixa de 29 kg de cenoura “suja” foi vendida por R$ 50,00, em média, na semana entre 27 e 31 de maio, queda de 4,8% frente à da semana anterior.