Diante da menor produção na safra 2021/22, os preços do açúcar cristal seguiram em alta ao longo de agosto no mercado spot do estado de São Paulo. Na última semana do mês, especificamente, o movimento de avanço das cotações foi reforçado pela demanda mais aquecida. De maneira geral, as três pontas compradoras têm estado mais ativas no spot paulista no encerramento de agosto: as indústrias, os empacotadores e os atacadistas, o que elevou significativamente a liquidez. Nesse cenário, o Indicador CEPEA/ESALQ atingiu R$ 137,18/saca de 50 kg na sexta-feira, 27, novo recorde nominal da série histórica deste produto. De 23 a 27 de agosto, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 135,76/saca de 50 kg, aumento de 3,26% em relação à da semana anterior.
ETANOL: COTAÇÕES ATRAVESSAM AGOSTO EM ALTA EM SP
O mês de agosto se encerra com os preços dos etanóis hidratado e anidro em alta em toda a região Centro-Sul do Brasil. O impulso aos valores vem especialmente da baixa oferta de biocombustível. Segundo pesquisadores do Cepea, agentes de mercado seguem atentos ao comportamento do clima nesta safra. Muitos estão incertos quanto ao volume a ser ofertado no período de entressafra, que deve ser mais prolongado neste ano. Segundo levantamento do Cepea junto às usinas do estado de São Paulo, algumas poucas devem encerrar a moagem da safra 2021/22 já na segunda metade de setembro, período bastante antecipado relativamente ao da temporada anterior. Além disso, as condições climáticas atuais podem se refletir também na disponibilidade de cana-de-açúcar da próxima temporada (2022/23). Em São Paulo, entre 23 e 27 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ de etanol hidratado subiu 0,23% frente ao do período anterior, fechando a R$ 3,1878/litro. No caso do anidro, o acréscimo foi de 0,71%, com o Indicador CEPEA/ESALQ fechando em R$ 3,7849/litro. A proximidade do feriado do dia de 7 de setembro (Independência do Brasil) também elevou um pouco a demanda.
TRIGO: COM PROXIMIDADE DA COLHEITA, VALORES SE ENFRAQUECEM
Mesmo diante da baixa disponibilidade de trigo em grão e da aquecida demanda por farelo, os preços internos do cereal estão em queda neste encerramento de agosto. De acordo com colaboradores do Cepea, a pressão vem da proximidade do início da colheita no País – as atividades devem começar em setembro. Assim, agentes de moinhos aguardam a entrada do trigo da nova safra no spot nacional para voltar a realizar negócios envolvendo maiores volumes. Além disso, mesmo com as geadas e o déficit hídrico nas lavouras, a produção desta safra pode ser recorde, o que gera expectativas de menores preços. Outro fator que também influencia o enfraquecimento das cotações internas é a desvalorização do dólar frente ao Real, tendo em vista que esse cenário torna o cereal importado mais atrativo.
TOMATE: MAIOR OFERTA E MENOR QUALIDADE PRESSIONAM COTAÇÕES
Os preços do tomate salada longa vida 3A caíram no mercado atacadista nos últimos dias. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, a desvalorização refletiu tanto a queda na qualidade quanto o aumento da oferta, visto que o calor acabou acelerando o amadurecimento dos frutos nas roças. Além disso, o número de rasteiros entrando no mercado subiu, enquanto a demanda por tomates esteve enfraquecida, devido ao menor poder aquisitivo da população em fim de mês. Entre os dias 23 e 27 de agosto, os valores médios do tomate salada longa vida 3A ficaram em R$ 61,87/caixa na Ceagesp, R$ 64,58/cx em Campinas (SP), R$ 54,95/cx no Rio de Janeiro (RJ) e R$ 49,54/cx em Belo Horizonte (MG), respectivas quedas de 14,35%, 13,9%, 10,4% e 19,1% frente às médias da semana anterior. Para esta semana, com as temperaturas mais amenas, a disponibilidade de tomates pode diminuir.