Os preços médios do açúcar cristal seguiram firmes no mercado spot do estado de São Paulo em novembro, tendo como suporte a baixa oferta, que tem prevalecido ao longo desta atual temporada 2021/22. Alguns negócios envolvendo volumes maiores foram fechados a preços mais baixos, mas isso ocorreu de forma pontual. A demanda esteve enfraquecida ao longo da última semana do mês, já que muitos compradores se mostraram abastecidos, recebendo o açúcar já contratado. O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 0,9% em novembro, fechando a R$ 154,26/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 153,67/saca de 50 kg, 4,35% superior à de outubro (R$ 147,27/saca de 50 kg) e 44,71% acima da média de novembro/20 (R$ 106,19/saca de 50 kg), em termos nominais. Segundo a Unica, a quantidade de cana-de-açúcar processada por usinas do Centro-Sul alcançou 12,55 milhões de toneladas na primeira metade de novembro, queda de 38,36% frente ao mesmo período da safra 2020/21 (20,37 milhões de toneladas). Desde o início da temporada 2021/2022 até 16 de novembro, a produção de açúcar alcançou 31,84 milhões de toneladas, contra 37,66 milhões de toneladas verificadas em igual período do ciclo anterior, ou seja, diminuição de 15,44%.
NORDESTE – Os preços estiveram em alta no mercado nordestino em novembro, com algumas usinas elevando os valores de suas ofertas ao longo do mês, enquanto outras suspenderam as vendas no spot, priorizando as exportações do adoçante. A demanda esteve aquecida na primeira quinzena de novembro, mas, a partir da segunda metade do mês, a procura diminuiu, com compradores se mostrando estocados. Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontam que a área da safra 2021/22 de cana-de-açúcar do Nordeste caiu 13,6%, mas a produtividade cresceu 4,6%. Assim, a produção deve somar 43,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 9,7% abaixo da safra anterior. Em novembro/21, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 148,71/sc de 50 kg, altas de 7,87% frente a outubro/21 e de 40,19% em relação a novembro/20, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 145,01/sc, aumentos de 4,84% no comparativo mensal e 41,23% no anual. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 147,27/sc, avanços de 7,93% em relação a outubro/21 e de 42,57% frente a novembro/20.
INTERNACIONAL – Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), os contratos do demerara subiram no acumulado do mês, sustentados por informações divulgadas pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), indicando queda na produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil. Além disso, agentes estiveram atentos à atuação do La Niña no Brasil, que tende a reduzir o volume de chuvas em parte das regiões produtoras de cana-de-açúcar do País. Ressalta-se que os valores chegaram a cair em alguns dias do mês, pressionados por notícias e relatórios com fundamentos baixistas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou recuperação na produção de açúcar na Tailândia na atual temporada 2021/22. Além disso, a queda brusca nas cotações do petróleo e a valorização do dólar frente ao Real também influenciaram as baixas. A Organização Internacional do Açúcar (OIA), por sua vez, reduziu a projeção de déficit na produção global de açúcar na atual temporada mundial (2021/22) para 2,55 milhões de toneladas, contra 3,52 milhões de toneladas do relatório de agosto/21. Cálculos do Cepea indicaram que, em novembro, as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 18,66% a mais que as externas. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Março/22 (contrato nº 11) da Bolsa de Nova York, prêmio de qualidade estimado em US$ 38,97/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 40,99/tonelada.