Em plena safra 2019/20, os preços do açúcar cristal registraram queda expressiva em junho, de acordo com pesquisas do Cepea. O clima seco, que foi predominante no mês no estado de São Paulo, favoreceu a colheita e o processamento da cana. Com isso, usinas paulistas consultadas pelo Cepea ofertaram elevadas quantidades do cristal no mercado spot, mesmo com a maior produção do etanol. A demanda por parte dos compradores, por sua vez, esteve um pouco mais aquecida, mas não o suficiente para elevar os preços do adoçante. Diante disso, a participação do volume negociado no spot cresceu no mês. Em junho/19, a média do Indicador CEPEA/ESALQ (cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista) foi de R$ 62,55/saca de 50 kg, 9,48% inferior à de maio/19 (de R$ 69,10/saca de 50 kg), mas ainda superior à de junho/18 (R$ 60,90/sc), em termos reais – valores foram deflacionados pelo IGP-DI, base maio/19. Destaca-se que, desde de abril/19, início oficial da safra, os preços médios têm se mantido acima dos verificados no ano passado.
ETANOL: QUANTIDADE DE HIDRATADO NEGOCIADO CAI 48% EM JUNHO
A quantidade de etanol hidratado negociado por usinas do estado de São Paulo em junho deste ano caiu 48% frente à de maio, segundo levantamento do Cepea. A primeira semana de junho de 2019, inclusive, registrou a menor quantidade de hidratado comercializado em um ano (desde 22 de junho de 2018). Esse cenário se deve, de acordo com pesquisadores do Cepea, à diminuição no ritmo de compras por parte de distribuidoras, que, ao longo de junho, adquiriram o etanol de forma pontual. No geral, apenas na segunda e na quarta semanas do mês que o total negociado de etanol hidratado comercializado aumentou, o que, por sua vez, está atrelado ao feriado de Corpus Christi no dia 20, quando a demanda pelo biocombustível cresce. Na média da parcial desta safra 2019/20 (de abril/19 a junho/19), os preços dos etanóis anidro e hidratado em São Paulo estão respectivamente, 1,13% e 0,42% menores frente aos de igual período da temporada anterior (2018/19), em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-M de junho/19). Em junho, a média das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,6206/litro, valor 1,5% menor que as semanas de maio. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, o Cepea também registrou queda, de 3,53%, com média de R$ 1,8559/litro, considerando somente o mercado spot.
TRIGO: COTAÇÃO MÉDIA DO 1º SEMESTRE É A MAIOR DA SÉRIE, EM TERMOS NOMINAIS
A média de preços do trigo no primeiro semestre de 2019 ficou superior à do mesmo período do ano passado. Em termos nominais, inclusive, as médias de janeiro a junho dos estados levantados pelo Cepea foram as maiores da série do Cepea, iniciada em 2004. Esse movimento esteve atrelado à baixa oferta do grão de boa qualidade, à entressafra brasileira, especialmente, às exportações. Neste último caso, os embarques de 2019 chamaram a atenção, tendo em vista que as importações também foram volumosas. Assim, entre janeiro e junho deste ano, o preço médio em São Paulo foi de R$ 926,55/tonelada, no Paraná, de R$ 881,47/t, em Santa Catarina, de R$ 934,31/t e no Rio Grande do Sul, de R$ 802,14/t, sendo, respectivamente, 7,4%, 9,8%, 14,7% e 14,2% acima das observadas no primeiro semestre de 2018.
MAMÃO: PREÇO MÉDIO MENSAL DO HAVAÍ É RECORDE PARA O MÊS DE JUNHO
De acordo com levantamento do Cepea, entre 24 e 28 de junho, as cotações de mamão havaí seguiram elevadas, devido à oferta limitada da fruta. Como resultado, o havaí tipo 12-18 foi comercializado por R$ 4,40/kg no Sul da Bahia, alta de 35% frente à semana anterior. A média mensal da variedade, de R$ 2,92/kg, na mesma região, foi recorde histórico para o mês de junho. Quanto ao formosa, também se valorizou de 24 a 28 de junho. Apesar de a variedade registrar maior disponibilidade de frutas nas lavouras, quando comparada ao havaí, foi vendida por R$ 0,87/kg no Sul da Bahia, aumento de 20% ante à semana passada.