Apesar da queda da média mensal, os preços do açúcar cristal registraram pequenas altas no mercado spot do estado de São Paulo em março. Agentes de algumas usinas permaneceram firmes e/ou elevaram os valores pedidos, fundamentados no baixo estoque de açúcar na região Centro-Sul. A demanda também esteve um pouco mais aquecida, dando suporte às cotações. Já no fim do mês (última semana oficial da entressafra 2021/22), os preços médios do cristal subiram no spot paulista, ainda sustentados pelos baixos estoques do cristal Icumsa até 180 nas usinas. A maior parte dessa qualidade de açúcar foi direcionada às negociações por contrato, o que limitou a oferta no spot. O Indicador do açúcar cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 5,59% em março, fechando o dia 31 a R$ 142,86/saca de 50 kg. A média mensal foi de R$ 137,60/saca de 50 kg, 4,96% inferior à de fevereiro (R$ 144,78/saca de 50 kg), mas 27,90% acima da de março/21 (R$ 107,58/saca de 50 kg), em termos nominais. Com relação à nova safra 2022/23, espera-se que as usinas paulistas comecem a produção em meados de abril. Segundo a Unica, na penúltima quinzena da safra 2021/22, a moagem de cana-de-açúcar somou 142,4 mil toneladas no Centro-Sul, contra 1,68 milhão de toneladas (-91,51%) processadas no mesmo período do ano passado. A primeira metade de março/22 contou com dez unidades produtoras em operação, e não foi registrada produção de açúcar no período.
NORDESTE – As negociações do adoçante no mercado spot apresentaram preços estáveis e ritmo lento ao longo do mês de março. A demanda esteve retraída, tendo em vista que alguns compradores estiveram estocados. Do lado vendedor, a oferta de açúcar esteve reduzida, com algumas unidades produtoras fora do mercado. Segundo o Sindaçúcar-AL, até a primeira quinzena de março, a safra 2021/22 de Alagoas apresentava crescimento de 7,6%, com mais de 17,6 milhões de toneladas de cana processadas. A estimativa é de que, até o fim do ciclo, que pode se estender aos primeiros dias de abril, o volume de cana processado some 18 milhões de toneladas. Já a expectativa para a região Norte/Nordeste, segundo a Datagro, é de colheita de 53 milhões de toneladas de cana na safra 2022/23, contra 52,5 milhões em 2021/22. A produção de açúcar também deve crescer, de 3 milhões de toneladas em 2021/22 para 3,1 milhões de toneladas em 2022/23. Em março/2022, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ para Pernambuco foi de R$ 150,66/sc de 50 kg, altas de 0,31% frente a fevereiro/2022 e de 34,42% em relação a março/2021, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal fechou a R$ 149,67/sc, aumentos de 0,11% em relação a fevereiro/2022 e de 33,91% frente a março/2021, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do cristal foi de R$ 152,27/sc, queda de 0,27% em relação a fevereiro/2022, mas alta de 39,25% frente a março/2021.
INTERNACIONAL – Os preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures) acompanharam a valorização do barril de petróleo, devido ao conflito russo-ucraniano. O petróleo mais caro elevou o preço da gasolina nos postos brasileiros, aumentando a competitividade do etanol. Além disso, a intenção do governo indiano de restringir o volume de exportação de açúcar em até 8 milhões de toneladas também deu suporte às cotações. Por outro lado, os contratos do adoçante foram pressionados por realização de lucros e por expectativas de aumento da produtividade dos canaviais brasileiros. Ainda assim, no balanço, o movimento foi de alta. Cálculos do Cepea indicam que, em março, as vendas internas de açúcar remuneraram, em média, 11,41% a mais que as externas. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e o do vencimento Maio/22 do contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 93,16/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 51,74/tonelada.