No início de maio, especificamente na segunda semana, os preços do açúcar cristal no mercado spot do estado de São Paulo caíram, devido à diminuição da demanda e ao clima seco, que acelerou a colheita da cana-de-açúcar nas lavouras paulistas, elevando a produção do açúcar. A partir da segunda quinzena do mês, os valores subiram, influenciados pelo aumento pontual da demanda. Além disso compradores buscaram garantir o produto aos preços correntes, devido, em parte, à greve dos caminhoneiros no Brasil e à alta dos valores internacionais do demerara.
O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 1,13% em maio, fechando a R$ 55,73/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 54,27/saca de 50 kg, 1,12% inferior à de abril (R$ 54,89/saca de 50 kg) e 29,48% abaixo da média de maio/17 (R$ 76,96/saca de 50 kg), em termos nominais. O Indicador de Açúcar Cristal ESALQ/BVMF – Santos acumulou baixa de 1,61% em maio, fechando a R$ 55,63/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal deste Indicador foi de R$ 54,77/saca de 50 kg, 1,67% inferior à de abril/18 (R$ 55,70/saca de 50 kg) e 27,24% abaixo da média de maio/17 (R$ 75,27/saca de 50 kg), também em termos nominais.
Segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), na primeira quinzena de maio/18, usinas paulistas moeram 25,97 milhões de toneladas de cana, volume 8,86% maior em relação à mesma quinzena do ano anterior. Já a produção de açúcar totalizou 1,348 milhão de toneladas, 9,28% abaixo do registrado na mesma quinzena da safra anterior. Essa redução deve-se ao mix de produção das usinas paulistas, que têm direcionado 41,91% para a produção do adoçante.
NORDESTE – O mercado esteve em ritmo lento e com preços estáveis na primeira quinzena de maio. Mesmo com a oferta restrita do produto na região, mais unidades produtoras encerraram seus estoques e retornarão ao mercado somente no início da nova safra. Já a partir da segunda quinzena, o ritmo das negociações apresentou melhora significativa para algumas usinas, que negociaram volumes maiores. A dificuldade de transporte, especialmente na região Centro-Sul, fez com que vários compradores que estavam negociando em Goiás voltassem a adquirir na região nordestina.
Em maio, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco teve média de R$ 60,70/sc de 50 kg, recuo de 1,32% em comparação com abril/18 e de 24,16% frente a maio/17, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 61,92/sc, 0,80% menor que em abril/18 e 26,83% abaixo do de maio/17, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 50,53/sc, queda de 0,02% na comparação com abril/18 e de 22,76% frente a maio/17.
MERCADO INTERNACIONAL – Os preços do açúcar demerara reagiram a partir da segunda quinzena de maio, voltando a fechar na casa dos 12 centavos de dólar por libra-peso, devido às movimentações de compras, ao clima predominantemente seco e à perspectiva de uma safra mais alcooleira no Centro-Sul brasileiro. Especificamente na última semana de maio, as cotações subiram, puxadas pela paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil. Segundo relatório da Unica divulgado em 29 de maio, 150 usinas paulistas e 14 mil fornecedores de cana interromperam a produção por falta de insumos e transportes.
Cálculos do Cepea indicaram que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 5,66% a mais que as externas em maio. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Julho/18 do Contrato n. 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 57,78/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 55,85/tonelada.
SECEX - As exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,81 milhão de toneladas em maio/18, volume 136% maior que o de abril/18 (767,4 mil toneladas), mas 9% inferior ao de maio/17 (1,99 milhão de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas, 281,8 mil toneladas em maio, volume 10,8% superior ao de abril (254,3 mil toneladas), mas 37,7% menor que o de maio/17 (452 mil toneladas).
O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.085,4/t em maio, baixas de 0,7% em relação ao mês anterior (R$ 1.093,0/t) e de 18,4% frente a maio/17 (R$ 1.330,9/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.203,7/t, recuos de 6,2% na comparação com abril (R$ 1.282,9/t) e de 20% no comparativo anual (R$ 1.505,2/t), em termos nominais. A receita com a exportação de açúcar foi de R$ 2,3 bilhões em maio, alta de 98% frente à de abril/18 (R$ 1,16 bilhão), mas queda de 31% em relação a maio/17 (R$ 3,33 bilhões), em termos nominais.