Os preços do açúcar cristal permaneceram na casa dos R$ 60,00/saca de 50 kg na maior parte da semana passada, apesar de terem registrado queda frente ao período anterior. Segundo colaboradores do Cepea, usinas procuraram manter os valores de suas ofertas, estabelecendo um preço mínimo de venda. A liquidez, por sua vez, foi um pouco menor, devido ao feriado no estado de São Paulo na terça-feira, 9. De 8 a 12 de julho, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 60,29/sc, queda de 0,93% em relação à média de 1º a 5 de julho (R$ 60,86/sc).
ETANOL: PROCURA ELEVADA IMPULSIONA COTAÇÕES EM SÃO PAULO
Mesmo com a proximidade do “pico de safra” na região Centro-Sul, o preço do etanol hidratado seguiu em alta no mercado paulista na semana passada. Segundo colaboradores do Cepea, o suporte continua atrelado à demanda das distribuidoras, que está aquecida – o biocombustível segue com vantagem sobre a gasolina C nos principais centros consumidores. Entre 8 e 12 de julho, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou a R$ 1,6507/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), avanço de 0,63% em relação ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 1,8487/litro (sem PIS/Cofins), pequena elevação de 0,18% na mesma comparação. Em junho, a média do etanol hidratado (considerando-se o Indicador CEPEA/ESALQ mensal) foi a terceira menor para o mês das últimas seis safras, em termos reais – valores deflacionados pelo IGP-M de junho/19. Do lado produtor, algumas usinas ficaram fora do mercado. Ao longo da semana, outros estados produtores, como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, também registraram alta nos preços do hidratado.
TRIGO: RELAÇÃO ESTOQUE/CONSUMO MUNDIAL DEVE AUMENTAR EM 19/20
A oferta e o consumo mundiais de trigo na safra 2019/20 devem ser maiores do que os da temporada anterior, o que pode elevar a relação estoque/consumo para o terceiro maior patamar da história (37,89%) e pressionar as cotações no médio prazo. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a oferta mundial do cereal pode somar 771,46 milhões de toneladas, volume 1,2% inferior ao estimado no relatório anterior, mas 5,5% superior à produção de 2018/19, reflexo do aumento na disponibilidade na União Europeia, Austrália, Rússia e Ucrânia. O consumo, por sua vez, está estimado em 760,15 milhões de toneladas, 3,2% maior do que em 2018/19, mas queda de 0,4% frente ao reportado em junho. No caso dos Estados Unidos, a oferta deve aumentar e os preços podem cair, contribuindo para a maior relação estoque/consumo mundial. No Brasil, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2019/20, a oferta deve ser de 5,49 milhões de toneladas, 1,1% maior do que a da temporada anterior e 0,27% acima do previsto em junho. Esse volume somado às importações de 7,2 milhões de toneladas e ao estoque inicial de 831,8 mil toneladas podem resultar em disponibilidade interna de 13,52 milhões de toneladas.
ALFACE: FRIO REDUZ CONSUMO E PREÇO CAI; GEADA AFETA QUALIDADE E INTENSIFICA QUEDA
Os preços da alface caíram novamente nas regiões paulistas de Ibiúna e Mogi das Cruzes nos últimos dias, refletindo a menor demanda pela folhosa por conta das temperaturas mais baixas, que costumam reduzir o consumo da hortaliça. No entanto, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, as sobras foram menores do que as registradas em semanas anteriores – com a redução do plantio em maio, o volume disponível nas roças diminuiu. Quanto à qualidade, as geadas localizadas – principalmente na região de Ibiúna – que ocorreram nos dias 6 e 7 de julho reduziram a qualidade das alfaces, que apresentaram problemas com míldio e queima de bordas, apesar do alto controle fitossanitário realizado. Mesmo com o menor volume colhido na última semana, a qualidade inferior desvalorizou a folhosa. Entre 8 e 12 de julho, a crespa teve preço médio de R$ 13,83/cx com 20 unidades em Mogi das Cruzes, queda de 4,6% frente ao da semana anterior. Em Ibiúna, as cotações também recuaram com mais força, mas o cenário pode se inverter nas próximas semanas. Isso porque, de acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea, as perdas foram elevadas no Sul, devido à geada mais intensa que afetou a região, levando produtores a buscar alfaces nas praças de Ibiúna e Piedade (SP), o que pode elevar as vendas e impulsionar as cotações.