Os preços do açúcar cristal branco praticados no mercado spot do estado de São Paulo continuaram firmes na última semana, enquanto as cotações externas do demerara caíram. Como resultado, as vendas internas recuperaram vantagem sobre as exportações, conforme apontam cálculos do Cepea. De 8 a 12 de abril, a média semanal do Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, foi de R$ 146,79/saca de 50 kg, e a do contrato nº 11 da ICE Futures (vencimento Maio/24), de R$ 140,02/sc. Assim, o spot paulista remunerou 4,83% a mais do que as vendas externas. Para esse cálculo, foram considerados US$ 65,79/tonelada de fobização, US$ 113,17/t de prêmio de qualidade e R$ 5,066 de dólar. Segundo pesquisadores do Cepea, o número de usinas produzindo o cristal com a cana da nova safra (2024/25) ainda é baixo; além disso, há também o compromisso das entregas dos contratos com os primeiros lotes processados.
ETANOL: VENDAS DE HIDRATADO NAS USINAS DE SP ATINGEM 2º MAIOR VOLUME DO ANO
Levantamento do Cepea mostra que o volume de etanol hidratado negociado nas usinas do estado de São Paulo entre 8 e 12 de abril foi o segundo maior deste ano, atrás somente do registrado na semana encerrada em 19 de janeiro. Em relação ao mesmo período de 2023, a quantidade comercializada por usinas paulistas mais que triplicou. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte continua vindo da boa paridade de preços nas bombas de combustíveis entre o hidratado e a gasolina C. A vantagem competitiva na ponta varejista gerou novas necessidades de compras por parte das distribuidoras, que vinham mais tímidas nos fechamentos. Do lado da oferta, as chuvas ocorridas em importantes regiões produtoras de SP prejudicaram o andamento das atividades agrícolas. Assim, de 8 a 12 de abril, o Indicador CEPEAE/SALQ do hidratado fechou em R$ 2,3701/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 1,09% frente ao período anterior. A média do Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Paulínia – SP) diário foi de R$ 2.504,00/m³, elevação de 2,51%; as cotações praticadas na última semana foram as maiores desde o início de julho/23.
TRIGO: RETRAÇÃO PRODUTORA ELEVA COTAÇÕES
As cotações internas do trigo subiram na semana passada, pressionadas pela retração de produtores – os que ainda detêm o cereal de qualidade nesta entressafra preferem esperar para vendê-lo em momentos mais oportunos. Segundo pesquisadores do Cepea, muitos também se afastam dos negócios porque, diante da proximidade do período de cultivo no Sul do Brasil, passam a se atentar ao campo e ao clima – por enquanto, estimativas indicam menor área no País. Produtores estão de olho, ainda, no mercado externo, sobretudo nas tensões no Oriente Médio. Conforme novos dados da Conab, a área nacional está projetada em 3,3 milhões de hectares, 4,7% inferior à da temporada anterior. A produtividade, porém, pode aumentar 26,1% no mesmo comparativo. Assim, a produção está estimada em 9,72 milhões de toneladas, alta de 20,2% frente à finalizada em 2023.
ALFACE: CLIMA REDUZ OFERTA E PREÇO SOBE
As chuvas e as altas temperaturas prejudicaram a produção de alface crespa no cinturão verde paulista na última semana. Segundo pesquisadores da equipe Hortifrúti/Cepea, além de reduzir o ritmo de plantio, o clima adverso causou danos e descartes. Com a menor oferta e a qualidade aquém do esperado, os preços subiram; a crespa fechou à média de R$ 35,83/cx com 20 pés em Ibiúna (SP), alta de 32,18% em relação à da semana anterior. Em Mogi das Cruzes (SP), o cenário foi similar para a alface americana, que registrou aumento de 11,7% no mesmo período, cotada a R$ 43,75/cx com 12 unidades, também conforme levantamento do Cepea.