As cotações do açúcar cristal seguem em alta no estado de São Paulo. Na última semana (com exceção da segunda-feira, 9), os preços médios do adoçante registraram aumentos consecutivos, encerrando a sexta-feira, 13, na casa dos R$ 125,00/saca de 50 kg, recorde nominal da série histórica do Indicador CEPEA/ESALQ. De 9 a 13 de agosto, a média do Indicador foi de R$ 122,99/sc, avanço de 2,41% sobre a do período anterior. Segundo pesquisadores do Cepea, a menor produção nesta temporada (2021/22) tem restringido a oferta do cristal para as negociações domésticas no mercado à vista, sendo essa a razão principal para as valorizações. Conforme levantamento do Cepea, o volume total de açúcar (spot e contrato) vendido por usinas de SP no acumulado desta safra (de abril/21 a julho/21) já mostra redução de aproximadamente 6% em relação ao total vendido no mesmo período do ano passado. Esse contexto mantém vantajosa a venda do produto no spot paulista em detrimento das exportações, cenário que tem sido observado desde maio.
ETANOL: COM RETRAÇÃO VENDEDORA, PREÇOS SEGUEM EM ALTA
Incertezas quanto aos efeitos adversos do clima sobre as lavouras de cana-de-açúcar continuam influenciando o comportamento do segmento vendedor. Na última semana, poucas usinas estiveram ativas no mercado, e os preços dos etanóis no estado de São Paulo subiram em quase todos os dias do período. Nas distribuidoras, houve diminuição do volume negociado, especialmente de etanol hidratado. Entre 9 e 13 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou a R$ 3,1382/litro, avanço de 3,51% frente ao da semana anterior. No caso do anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 3,5733/litro, alta de 3,11%, no mesmo comparativo. Nessa tendência de alta de preços, levantamento do Cepea mostra que, no acumulado da atual safra (de abril/21 até a semana passada), o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado registra alta de 35,5%, em termos nominais, e o do anidro, de 41,5%. Com o anidro se valorizando um pouco mais que o hidratado, a diferença entre os preços médios desses biocombustíveis está em 14,7% na parcial da temporada, contra 13,4% no mesmo período de 2020 e 12,6% na parcial da safra de 2019. Segundo pesquisadores do Cepea, a menor competitividade do etanol hidratado frente à gasolina C nos postos também influencia esse movimento.
TRIGO: VALORES SEGUEM FIRMES, APESAR DE ESTIMATIVA DE SAFRA RECORDE
Apesar da previsão de safra recorde no Brasil, os preços do trigo seguem firmes no mercado nacional. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação ainda vem das perdas registradas na produção da segunda safra de milho e, consequentemente, do aumento da demanda pelo cereal, principalmente pelo farelo para alimentação animal. Quanto à liquidez, compradores aguardam o início da colheita e um possível enfraquecimento dos preços para voltar a realizar aquisições no spot. Já vendedores seguem afastados dos negócios, à espera de novas valorizações.