No primeiro mês oficial da entressafra 2021/22, a média dos preços do açúcar cristal negociado no mercado spot do estado de São Paulo registrou queda. Segundo pesquisadores do Cepea, um dos principais motivos da baixa foi a demanda desaquecida, que se acentuou na segunda quinzena de janeiro. Por essa razão, usinas paulistas optaram por reduzir os valores, em especial os do tipo Icumsa 180. Quanto ao tipo Icumsa 150, as usinas ainda conseguiram negociar a preços estáveis no mercado, devido à oferta mais restrita. Em janeiro (até o dia 28), a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 151,67/saca de 50 kg, baixa de 2,19% em relação à média de dezembro. Apesar do recuo dos preços, a média de janeiro/22 ficou 30,04% superior à de janeiro/21 – valor deflacionado pelo IGP-DI base dezembro/21.
ETANOL: QUANTIDADE DE HIDRATADO VENDIDA EM JANEIRO É A MENOR PARA O MÊS EM 20 ANOS
Na comparação com os meses de janeiro de anos anteriores, o volume de etanol hidratado negociado pelas usinas de São Paulo no primeiro mês de 2022 é o mais baixo desde 2002, segundo dados do Cepea – quantidade ainda menor tinha sido registrada pelo Cepea em novembro de 2021. Em relação a dezembro de 2021, o volume negociado em janeiro foi 17% inferior. A sequência de negócios pontuais tem caracterizado o mercado de etanol em toda a região Centro-Sul do Brasil – um volume pequeno de combustível tem sido absorvido pelas distribuidoras no mercado spot, com contratos extras de abastecimento para o período de entressafra. Incertezas quanto ao consumo de etanol – devido à nova variante do coronavírus, ômicron – e a desvantagem do preço do hidratado frente ao da gasolina C nas bombas justificam a baixa liquidez. Nas bombas do estado de São Paulo, a relação de preços entre o etanol hidratado e a gasolina C segue favorecendo o combustível fóssil – em janeiro, a relação foi de 76,3%, contra 78,1% em dezembro/21. A média do preço da gasolina foi de R$ 6,354/litro, e a do hidratado, de R$ 4,847/litro, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
TRIGO: DÓLAR CAI, MAS PREÇO CONTINUA FIRME NO BR
Os preços do trigo continuam firmes no Brasil, mesmo com a pressão causada pela queda da taxa de câmbio. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação segue atrelada aos maiores preços externos, que mantêm a paridade de importação elevada. Nos últimos dias, os valores da paridade e do mercado interno se aproximaram ainda mais. Quanto à liquidez, o ritmo de vendas domésticas, especialmente no Paraná, segue alinhado ao observado em anos anteriores. No mercado dos derivados, a demanda por farelo está alta, ainda refletindo a piora da qualidade das pastagens e o alto preço do milho, substituto na ração. Já para as farinhas, o mercado está estável.
TOMATE: CALOR INTENSO ACELERA MATURAÇÃO E DERRUBA COTAÇÕES NO ATACADO
As cotações do tomate recuaram no atacado nos últimos dias, pressionadas pela concentração de oferta. Isso porque, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, as altas temperaturas nas regiões produtoras aceleraram a maturação dos frutos, tanto nas lavouras que estavam com o ciclo mais lento, por conta de temperaturas mais baixas antes da forte onda de calor, quanto naquelas que apresentavam ritmo ideal de desenvolvimento. Assim, entre os dias 24 e 28 de janeiro, os valores médios do tomate salada longa vida 3A fecharam a R$ 57,93/caixa na Ceagesp, a R$ 72,18/cx em Campinas (SP), a R$ 71,34/cx no Rio de Janeiro (RJ) e a R$ 67,27/cx em Belo Horizonte (MG), respectivas desvalorizações de 44,75%, 21,45%, 32,45% e 28,10% frente às médias da semana anterior.