Os preços do açúcar cristal no mercado spot do estado de São Paulo apresentaram alta em outubro, seguindo o movimento iniciado em setembro. A média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, no mercado paulista, foi de R$ 64,37/saca de 50 kg no mês passado, a maior da temporada 2018/19 e 6,06% superior à de setembro, que foi de R$ 60,69/sc de 50 kg. Conforme colaboradores do Cepea, as chuvas de outubro dificultaram a colheita nas lavouras de cana-de-açúcar em São Paulo, interrompendo a produção do cristal em diversas unidades de processamento. Com isso, a oferta no mercado spot ficou restrita, tendo em conta que as usinas priorizaram o atendimento de contratos negociados anteriormente. Do lado comprador, a demanda por maiores quantidades do cristal foi pontual no correr do mês.
ETANOL: DEMANDA FIRME ELEVA PREÇOS E VOLUME COMERCIALIZADO EM OUTUBRO
A vantagem do etanol hidratado frente à gasolina C nos postos paulistas mantém firme a demanda pelo biocombustível. Com isso, os preços médios dos etanóis e também o volume negociado no estado de São Paulo subiram em outubro frente ao mês anterior. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado em outubro (tendo como base as semanas cheias do mês) foi de R$ 1,7854/litro, aumento de 5,93% frente à de setembro (R$ 1,6855/litro). No mesmo comparativo, a média do etanol anidro, de R$ 1,9664/litro, ficou 7,58% acima da de setembro (de R$ 1,8279/litro) – ambos considerando apenas o mercado spot. Vale ressaltar que as altas verificadas nas primeiras semanas de outubro foram as responsáveis por esse resultado, tendo em vista que os preços passaram a cair na segunda quinzena do mês, pressionados pela maior necessidade de venda por parte de algumas usinas. Além disso, no final de outubro, algumas unidades intensificaram as vendas, após os novos ajustes negativos nos preços da gasolina A nas refinarias. Em termos de volume de vendas, o Cepea captou junto ao mercado spot volume 13% maior de etanol hidratado em outubro frente ao de setembro de 2018.
TRIGO: COM ESTOQUE ELEVADO, RITMO DE NEGÓCIOS É LENTO E VALORES SEGUEM EM QUEDA
A colheita da nova safra de trigo avança no Brasil, mas a demanda pelo produto nacional está enfraquecida. Segundo colaboradores do Cepea, com o maior volume disponível (doméstico e também importado), alguns compradores se mostram abastecidos por três meses, em média. Outros demandantes indicam ter programação para receber o grão no início de 2019. Assim, os compradores que estão ativos no mercado tentam diminuir os valores de aquisição. Vendedores, por sua vez, se retraíram dos negócios, argumentando que os atuais patamares de preços não cobrem os custos variáveis da cultura. Nesse cenário, a liquidez segue baixa e os preços, em queda.
LEITE: OFERTA ELEVADA E CONSUMO ENFRAQUECIDO MANTÊM PRESSÃO SOBRE COTAÇÕES
Os preços dos derivados lácteos permaneceram em queda em outubro, pressionados pela elevada oferta da matéria-prima e pelo consumo enfraquecido. Entre 28 de outubro e 1º de novembro, o preço do leite UHT teve média de R$ 2,3312/litro, 3,47% menor que a da semana anterior. O valor do queijo muçarela, por sua vez, recuou 1,73% na mesma comparação, para a média de R$ 17,9445/kg na última semana de outubro. Segundo colaboradores do Cepea, a previsão para os próximos dias ainda é de queda para os derivados.