A safra 2017/18 foi oficialmente encerrada em março, quando o Indicador do açúcar cristal CEPEA/ESALQ (cor Icumsa de 130 até 180) teve média de R$ 51,32/saca de 50 kg, a menor das últimas 10 temporadas, em termos reais. O patamar do mês passado não era observado desde dezembro/08, quando a média do Indicador foi de R$ 51,48/saca de 50 kg (valores deflacionados pelo IGP-DI de fevereiro/18). Segundo pesquisadores do Cepea, o recuo dos preços esteve atrelado à oferta de açúcar, que foi suficiente para atender à demanda nos meses de entressafra. Nas últimas duas semanas, especificamente, os preços do cristal voltaram a subir no mercado spot paulista, influenciados pelo aumento da procura por parte de compradores. Por enquanto, as usinas do estado de São Paulo que deram início à moagem da cana-de-açúcar da nova safra 2018/19 têm priorizado a produção do etanol. De 26 de março a 2 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 até 180, subiu 2,2%, fechando a R$ 53,48/saca de 50 kg nessa segunda-feira, 2.
ETANOL: PREÇO MÉDIO DA SAFRA 17/18 É MENOR QUE O DA TEMPORADA ANTERIOR
Os preços dos etanóis hidratado e anidro na safra 17/18 (São Paulo), encerrada oficialmente no dia 31 de março, ficaram abaixo dos patamares observados na temporada anterior, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-M de fevereiro/18). Considerando-se os Indicadores CEPEA/ESALQ mensais, de abril/17 a março/18, a média do hidratado, de R$ 1,5929/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), foi 3,6% inferior à da temporada 2016/17, em termos reais. Para o anidro, a média do Indicador foi de R$ 1,7633/litro (sem PIS/Cofins) na temporada 2017/18, pouco mais de 4,1% abaixo do da temporada anterior. Apesar do consumo recorde de etanol hidratado em alguns períodos, os menores preços registrados na primeira metade da temporada (devido à maior oferta do combustível) pesaram na média final da safra 2017/18. Conforme pesquisadores do Cepea, a maior liquidez do etanol e a necessidade de capital de giro de usinas com baixo nível de capitalização também influenciaram as quedas no início da safra.
TRIGO: CENÁRIO EXTERNO E PREÇO INTERNO ATRATIVO PODEM AUMENTAR ÁREA NO BR
Os preços externos do trigo têm oscilado com força desde o início deste ano, mas seguem acima dos patamares verificados no final de 2017, sustentados pela baixa oferta de trigo de inverno e pelos estoques reduzidos nos Estados Unidos. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário internacional, a menor oferta no Brasil em 2017 e a maior rentabilidade nas últimas semanas podem encorajar produtores nacionais a cultivar o cereal na safra 2018/19, que começa a ser semeada neste mês em algumas regiões. Quanto aos preços internos, estão firmes, mesmo com a retração de compradores e o maior número de vendedores no mercado. Segundo colaboradores do Cepea, o volume de trigo com qualidade ainda é baixo no Brasil, o que leva muitos compradores a importar o produto.
ALFACE: PREÇO DA CRESPA REAGE NAS ROÇAS PAULISTAS
A alface crespa se valorizou em Ibiúna e em Mogi das Cruzes (SP) nos últimos dias. Conforme colaboradores do Hortifruti/Cepea, chuvas frequentes nessas regiões atrasaram o ciclo de desenvolvimento das folhosas, o que resultou na comercialização de alfaces de tamanho reduzido – alguns produtores chegaram a vender dois pés por um. Além disso, pancadas de chuvas localizadas em ambas as praças acabaram prejudicando algumas lavouras, favorecendo a incidência de bactérias e ocasionando perdas. Nas lavouras que não foram afetadas por doenças, as alfaces mais velhas sobraram e também foram descartadas. Assim, entre 26 e 29 de março, a alface crespa teve média de R$ 8,79/cx com 20 unidades em Ibiúna, aumento de 12,8% frente à da semana anterior. Em Mogi das Cruzes, a valorização foi menor (4,17%) e a variedade saiu por R$ 10,00/cx.