Os preços médios mensais do açúcar cristal estão em movimento de alta desde julho do ano passado. Em fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, registrou média de R$ 78,35/saca de 50 kg, a maior para o mês desde 2017, 5,41% acima da de janeiro (R$ 74,33/sc), 7,55% superior à de fevereiro de 2019 (R$ 72,85/sc) e 28,45% maior que a de fevereiro de 2018 (R$ 61,00/sc), em termos reais. Segundo colaboradores do Cepea, nesta entressafra 2019/20, usinas paulistas continuam restringindo a oferta para o mercado spot e aumentando os valores de seus pedidos de venda. Essa postura é atribuída aos estoques limitados e também ao dólar em patamar nominal recorde, cenário que favorece as exportações. Além disso, os preços externos do açúcar demerara também registraram picos de alta em fevereiro, influenciando a valorização doméstica do cristal.
ETANOL: VALOR MÉDIO DO ETANOL ESTÁ EM ALTA DESDE OUTUBRO/19
Os preços médios dos etanóis hidratado e anidro seguiram em alta por mais um mês – esse movimento tem sido verificado desde outubro do ano passado. Em fevereiro, a média das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado ficou em R$ 2,123/litro, valor 2,76% maior que o das semanas de janeiro. No caso do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, houve aumento de 0,95%, com média de R$ 2,2733/litro, considerando-se somente o mercado spot. Quase finalizando a safra 2019/20, a média parcial (de abril/19 a fevereiro/20) do Indicador CEPEA/ESALQ mensal do etanol hidratado está 6,8% maior que a do mesmo período da temporada anterior (passou de R$ 1,751/litro para R$ 1,87/litro). No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ registra elevação de 5,6% na mesma comparação, com média de R$ 2,0438//litro, contra R$ 1,9503/litro. Em relação ao volume de etanol hidratado negociado em fevereiro, caiu 30,6% frente ao de janeiro e ficou abaixo daquele de mesmo período do ano passado, quando, vale lembrar, o volume captado foi o maior para um mês de fevereiro, considerando-se toda a série histórica do Cepea.
TRIGO: BAIXA OFERTA SUSTENTA PREÇO, QUE É O MAIOR DESDE 2018
A oferta de trigo segue baixa no mercado doméstico, contexto que tem reduzido a liquidez, mas mantido em alta os preços do cereal. Nesse cenário, em fevereiro, os preços médios do trigo em Santa Catarina atingiram os maiores patamares nominais desde julho de 2018. No Paraná e em São Paulo, as médias de fevereiro são as maiores desde agosto/18 e no Rio Grande do Sul, desde setembro/19. Segundo colaboradores do Cepea, boa parte dos triticultores está afastada das vendas, aguardando para negociar futuramente os lotes em estoques. Esses agentes estão atentos ao dólar fortalecido – que encarece as importações – e ao fato de o governo argentino elevar os impostos das exportações de produtos agrícolas (as chamadas “retenciones”). Do lado comprador, alguns moinhos já apontam que estão com estoques curtos e que precisam retomar as aquisições. Entretanto, esses agentes têm dificuldades em encontrar lotes disponíveis para venda. Em fevereiro, a média do Paraná ficou 7,1% acima da de janeiro. As médias dos estados sul-rio-grandense, paulista e catarinense superaram em 5,1%, 5,4% e 3,5% as de janeiro, respectivamente.
ALFACE: OFERTA DIMINUI E PREÇOS SOBEM, APESAR DA BAIXA PROCURA
Apesar do período de carnaval e das temperaturas mais amenas, os preços das alfaces subiram nos últimos dias. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, o clima úmido reduziu a qualidade das folhosas nas roças, aumentando a incidência de queima e mela, o que diminuiu a oferta e impulsionou as cotações. Entre 24 e 28 de fevereiro, o preço médio da crespa em Mogi das Cruzes (SP) foi de R$ 16,22/cx com 20 unidades, valorização de 3,18% frente à média da semana anterior.