O preço médio do açúcar cristal negociado no mercado spot do estado de São Paulo iniciou o mês de dezembro em alta, com o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, encerrando a segunda-feira, 9, a R$ 68,74/saca de 50 kg, 4,8% maior do que o registrado em 29 de novembro. Segundo colaboradores do Cepea, o suporte veio do retorno de compradores ao mercado, que adquiriram maiores quantidades em um cenário de oferta restrita. O aquecimento da demanda, por sua vez, pode ser pontual e atribuído à formação de estoques para as próximas semanas. Do lado das usinas paulistas, grande parte já encerrou a produção da safra 2019/20, limitando o volume das vendas para pronta-entrega. No período de 2 a 6 de dezembro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 67,04/saca de 50 kg, alta de 2,17% em relação à de 25 a 29 de novembro (R$ 65,61/saca de 50 kg).
ETANOL: EM ALTA HÁ 3 MESES, PREÇO DO HIDRATADO SUPERA OS R$ 2,00/L
Mesmo diante da demanda um pouco desaquecida, os preços dos etanóis hidratado e anidro seguem em alta em São Paulo neste início de dezembro. O movimento de aumento nos valores tem sido verificado há três meses, o que, inclusive, levou o etanol a ser fechado acima de R$ 2,00/litro na semana passada. Entre 2 e 6 de dezembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (preço ao produtor) fechou a R$ 2,0097/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), alta de 2,48% em relação ao da semana anterior. Quanto ao anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,1721/litro (sem PIS/Cofins), aumento de 1,17% no mesmo período. Segundo colaboradores do Cepea, distribuidoras seguiram retirando o produto comprado anteriormente. Do lado vendedor, houve participação menos efetiva de algumas usinas nos últimos dias. Parte dos agentes acredita que um maior número de compradores volte ao mercado nos próximos dias, devido à proximidade do Natal e do Ano Novo. O Indicador diário ESALQ/BM&Bovespa do etanol hidratado (posto Paulínia) também está em alta há três meses. As médias mensais foram de R$ 1.786,50/m3 em setembro, de R$ 1.874,00/m3 em outubro e de R$ 1.976,00/m3 novembro (sem impostos). Entre 2 e 6 de dezembro, especificamente, o Indicador teve média de R$ 2.075,50/m3 (sem impostos), avanço de 1,6% no comparativo com a da semana anterior.
TRIGO: COM DÓLAR ELEVADO E MENOR PROCESSAMENTO, IMPORTAÇÕES RECUAM
O menor ritmo de processamento industrial atrelado ao dólar em patamar elevado reduziram as importações de trigo em grão e também de farinhas em novembro. Dados do IBGE sinalizam que, em outubro (últimos dados disponíveis), a moagem de trigo e a produção de derivados diminuíram em relação ao mês anterior, sendo o menor índice para um mês de outubro desde 2010. Neste início de dezembro, no entanto, algumas indústrias já demonstram interesse em retomar as aquisições no mercado externo. Apesar de ainda estar alto, o dólar se desvalorizou 2,4% entre 29 de novembro e 9 de dezembro, cotado a R$ 4,133 na segunda-feira, 9. De acordo com dados da Secex, as importações de trigo em grão somaram 446 mil toneladas em novembro, volume 26,5% inferior ao de outubro/19 e 9,7% abaixo do de novembro/18. As exportações do grão, por sua vez, foram quase nulas. Para as farinhas, as aquisições no mercado internacional foram 20,4% menores em relação a outubro/19, totalizando 25,6 mil toneladas. As vendas brasileiras do derivado no mercado externo, por sua vez, foram de 1.483 toneladas, volume 46,1% inferior ao do mês anterior.
IPPA: BOI GORDO IMPULSIONA IPPA/CEPEA EM NOVEMBRO
Em novembro, o IPPA/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) subiu expressivos 5,4% frente ao mês anterior, em termos reais. Trata-se da maior variação mensal desde março de 2018. O Índice foi impulsionado pelo IPPA-Pecuária/Cepea, que teve significativa alta 9,6% de outubro para novembro, e também pelo IPPA-Grãos/Cepea, que aumentou 2,6%. Novamente em movimento contrário, o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea recuou 0,6% no período. Segundo pesquisadores do Cepea, o produto que impulsionou o Índice de pecuária entre outubro e novembro foi o boi gordo. Neste caso, vale lembrar que o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 (arroba no mercado paulista) atingiu em novembro recorde real da série histórica do Cepea, iniciada em 1994. Para o IPPA-Grãos/Cepea, a alta no mês se deve à soja e ao milho. Já o produto que pressionou o Índice dos hortifrutícolas foi a banana, ao passo que as valorizações da uva e do tomate limitaram a queda o Índice.