Vendedores e compradores têm demonstrado pouco interesse em negociar açúcar cristal no mercado spot do estado de São Paulo. Segundo colaboradores do Cepea, chuvas localizadas nas lavouras interromperam os carregamentos da cana na semana passada, restringindo ainda mais a oferta do cristal para vendas à pronta entrega. Quanto à demanda, o interesse em novas aquisições foi pequeno e pontual, dependendo da necessidade de compradores. A recente valorização do Real frente ao dólar é um dos motivos para a cautela de compradores, tendo em vista que esse cenário tende a desestimular as exportações, elevando a oferta do cristal no mercado doméstico. De maneira geral, os preços praticados no spot permanecem firmes. De 8 a 11 de outubro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa 150 a 180, mercado paulista, foi de R$ 63,41/saca de 50 kg, 2,13% acima da registrada na semana anterior (de R$ 62,08/sc). No mesmo período, o dólar teve média de R$ 3,7498, queda de 4,36% em relação à da semana anterior (de R$ 3,9208).
ETANOL: VALOR DO HIDRATADO SOBE MAIS DE 9% EM QUATRO SEMANAS
Com a proximidade do término da moagem de cana em algumas usinas do estado de São Paulo e a sequência de vendas aquecidas do combustível nos postos, o preço pago ao produtor de etanol hidratado em São Paulo vem subindo expressivamente no mercado físico. No acumulado das últimas quatro semanas, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado subiu 9,44% (ou 16 centavos por litro). Entre 8 e 11 de outubro, especificamente, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (estado de São Paulo) foi de R$ 1,8211/litro, alta de 1,77% em relação ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou em R$ 1,9619/litro, aumento de 2,22% frente à semana anterior. Segundo colaboradores do Cepea, como muitos compradores já haviam adquirido boas quantidades de combustível na primeira semana de outubro, a demanda esteve um pouco menor na semana passada. Ainda assim, o volume de etanol negociado no período foi expressivo. Do lado das usinas, algumas tiveram necessidade de venda para liberar espaço nos tanques, mas ofertaram o etanol a preços firmes.
TRIGO: PRODUÇÃO AUMENTA NO BR E NA AR, MAS OFERTA GLOBAL PODE RECUAR
Apesar das adversidades climáticas no Brasil e na Argentina, a produção de trigo nesses países deve ser maior que na temporada anterior. Já a oferta mundial pode ser menor. De acordo com dados divulgados na semana passada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a oferta brasileira da atual temporada deve chegar a 5,4 milhões de toneladas, 26,6% a mais que a da safra anterior. Isso é resultado da maior produtividade no campo (+19%, a 2,64 toneladas/hectare) e do incremento da área (+6,4%, a 2,03 milhões de ha). Na Argentina, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estima produção de 19,5 milhões de t, volume 5,4% acima da safra passada. Mundialmente, a estimativa do USDA aponta redução de 3,8% na produção de trigo, a 730 milhões de t. Os dados mostram menor oferta na Rússia (-17,6%), Austrália (-13,1%) e União Europeia (-9,3%) no comparativo com a safra anterior. O Departamento aponta que, nessas três regiões produtoras, a oferta restrita se deve ao clima desfavorável, que afetou a produtividade.
MAMÃO: OFERTA LIMITADA ELEVA PREÇOS NA BA
O menor volume de mamão nas roças impulsionou as cotações da fruta no Sul da Bahia nos últimos dias. Entre 8 e 11 de outubro, o preço médio do mamão formosa foi de R$ 1,37/kg, 40% maior que o da semana anterior. O havaí, por sua vez, foi comercializado a R$ 0,94/kg, em média, no período, valorização de 7% na mesma comparação. Para as próximas semanas, mamocultores da região consultados pelo Hortifruti/Cepea acreditam em aumento da demanda, baseados na previsão de temperaturas mais altas no Sudeste, cenário que tende a elevar as cotações. Além disso, a expectativa é de que a oferta permaneça restrita, também favorecendo novas altas nos preços.