Usinas paulistas estão mais flexíveis em reduzir os preços do açúcar cristal no mercado spot, mesmo ainda em período de entressafra 2018/19, de acordo com informações do Cepea. De 18 a 25 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, no mercado paulista, registrou queda de 2,82%, fechando a R$ 66,91/saca de 50 kg nessa segunda-feira. Segundo levantamentos do Cepea, poucas usinas de São Paulo vão começar a moagem da cana-de-açúcar da temporada 2019/20 na primeira quinzena de março. Além disso, os primeiros lotes processados normalmente são para a produção do etanol. Porém, a expectativa de início de uma nova safra, já no próximo mês, parece ter motivado as vendas dos estoques finais de açúcar da temporada 2018/19.
ETANOL: PREÇOS SOBEM COM FORÇA E VOLUME DE NEGÓCIOS AUMENTA
Os valores dos etanóis anidro e hidratado subiram de maneira rápida e contínua na semana passada, de acordo com dados do Cepea. De segunda a quarta-feira, o volume negociado foi significativo, mas recuou a partir da quinta-feira. Entre 18 e 22 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou a R$ 1,7998/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), alta de 6,4% em relação à semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 1,8782/litro (sem PIS/Cofins), elevação de 6,8% no mesmo comparativo. Distribuidoras estiveram ativas em suas compras, devido à proximidade do carnaval. Do lado vendedor, agentes estiveram firmes nos valores, fundamentados também nas altas quase que diárias da cotação do petróleo e nos consequentes repasses ao preço da gasolina A por parte da Petrobras (SA:PETR4).
TRIGO: RETRAÇÃO VENDEDORA SUSTENTA PREÇOS
Diferente do que foi registrado no mercado externo de trigo nos últimos dias, a forte retração vendedora tem sustentado os valores no Brasil, segundo afirmam pesquisadores do Cepea. Os produtores que ainda detêm estoques de trigo de melhor qualidade seguem retraídos, aguardando valorização do produto para retornar ao mercado. Além disso, muitos agricultores estão voltados aos trabalhos de campo da safra verão de soja e milho, cenário que mantém baixa a liquidez interna. Do lado comprador, agentes sinalizam ter estoques confortáveis para pelo menos dois meses. Outros demandantes realizam aquisições pontuais, apenas para atender à demanda de curto prazo.
TOMATE: CLIMA SECO REDUZ OFERTA E PREÇOS SOBEM
O baixo volume de tomates rasteiros nas praças nordestinas tem elevado as cotações em Irecê (BA) neste mês, segundo informações do Hortifruti/Cepea. Na parcial de fevereiro (de 1º a 22), o tomate foi comercializado a R$ 38,30/cx, em média, alta de 121% frente a janeiro, quando os valores estavam em R$ 17,30/cx. O motivo da oferta reduzida é que, além de o agreste pernambucano ainda estar no início da colheita, as roças de Irecê tiveram perdas significativas de produtividade, devido ao clima seco. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), as chuvas de janeiro acumularam apenas 25,4 mm, 78% abaixo da normal climatológica da região (de 117,2 mm).