As cotações do açúcar cristal caíram com força no mercado spot paulista em agosto. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar do menor volume de cana-de-açúcar moída no acumulado desta safra, frente ao mesmo período da temporada passada, usinas direcionaram uma maior quantidade da matéria-prima para a produção de açúcar, aumentando a oferta no spot. O Indicador do açúcar cristal CEPEA/ESALQ, cor Icumsa entre 130 e 180, no estado de São Paulo, registrou queda de 10,52% no acumulado de agosto, com média de R$ 54,42/saca de 50 kg, 11,05% inferior à de julho/17 (R$ 61,18/saca de 50 kg) e 35,44% menor que a de agosto de 2016 (R$ 84,29/saca de 50 kg) – valores deflacionados pelo IGP-DI, base julho/17. Especificamente nos últimos dias, o movimento de queda nos preços do cristal continuou, e maiores quantidades foram negociadas no mercado spot.
ETANOL/CEPEA: DEMANDA AQUECIDA GARANTE VALORIZAÇÕES
O volume de etanol hidratado negociado entre usinas e distribuidoras do estado de São Paulo teve forte aumento de 82,5% de julho para agosto, conforme pesquisas do Cepea. Segundo pesquisadores do Cepea, um dos fatores para esse aumento foi a vantagem de 67,9% (dados da ANP) do etanol hidratado sobre a gasolina C nas bombas de SP no mês passado. Neste cenário, o preço do etanol hidratado combustível em São Paulo teve média de R$ 1,4076/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins) nas semanas cheias de agosto, forte alta de 8% frente a julho. Quanto ao etanol anidro, mesmo com o menor volume negociado no mercado spot, o Indicador CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 7% no mesmo comparativo, com média de R$ 1,5450/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins) em agosto.
TRIGO/CEPEA: PREÇOS CAEM SIGNIFICATIVAMENTE EM AGOSTO
Os preços do trigo registraram fortes quedas em agosto, devido ao início da colheita e às perspectivas de uma boa safra 2017/18. Compradores permaneceram recuados, na expectativa de preços menores nas próximas semanas. Ao mesmo tempo, vendedores estiveram mais ativos, focados na comercialização do excedente da safra 2016/17. Além disso, conforme colaboradores do Cepea, a entrada de trigo importado tem suprido boa parte das necessidades dos moinhos, também pressionando os valores.
MELANCIA: COTAÇÕES SOBEM 55% EM GO
As cotações da melancia estão em alta em Uruana (GO) e em Lagoa da Confusão (TO), refletindo a redução da oferta no Tocantins por conta da proximidade do fim da safra, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. Além disso, o clima mais quente dos últimos dias contribuiu para o aumento da demanda, facilitando a comercialização da fruta. Entre 28 de agosto e 1º de setembro, a melancia graúda (>12 kg) teve média de R$ 0,50/kg nas lavouras de Uruana e de R$ 0,41/kg em Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia, respectivas altas de 54,8% e de 45% frente à semana anterior. A fruta do Tocantins teve média inferior à registrada em Goiás devido à menor qualidade, comum em período de fim de safra.
MANDIOCA: OFERTA ABAIXO DA ESPERADA LIMITA DESVALORIZAÇÃO DA RAIZ
Condições climáticas favoráveis nas regiões produtoras de mandioca acompanhadas pelo Cepea possibilitaram o avanço dos trabalhos de campo nos últimos dias. Porém, a baixa disponibilidade de raízes de 2º ciclo e a prioridade de plantio mantiveram a oferta para a indústria abaixo da esperada para o período. Segundo agentes consultados pelo Cepea, houve dificuldade em adquirir a quantidade de mandioca necessária para manter o volume de processamento na última semana. Entre 28 de agosto e 1º de setembro, o valor médio nominal a prazo para a tonelada da mandioca posta fecularia foi de R$ 489,98 (R$ 0,8521 por grama de amido), ligeira queda de 0,9% frente à média da semana anterior. Já o preço médio de agosto subiu 3,1% em relação ao de julho (deflacionamento pelo IGP-DI de julho/2017).