MERCADO PAULISTA – O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 6,04% em agosto, fechando a R$ 55,47/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal foi de R$ 51,49/saca de 50 kg, 6,57% inferior à de julho (R$ 55,11/saca de 50 kg) e 5,39% abaixo da média de agosto/17 (R$ 54,42/saca de 50 kg), em termos nominais. O Indicador de Açúcar Cristal ESALQ/BVMF – Santos acumulou alta de 5,11% em agosto, fechando a R$ 57,14/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal deste Indicador foi de R$53,31/saca de 50 kg, 5,56% inferior à de junho/18 (R$ 56,45/saca de 50 kg) e 3,95% abaixo da de agosto/17 (R$ 55,51/saca de 50 kg), em termos nominais.
Após terem registrado o menor patamar das últimas 10 safras no final da primeira quinzena do agosto, os preços do açúcar cristal praticados no mercado spot do estado de São Paulo encerraram o mês em alta. O impulso veio da forte elevação do dólar, cenário que fortalece a postura das usinas nas negociações domésticas, tendo em vista que aproximadamente 60% da produção nacional é exportada.
Além do câmbio, as perspectivas de uma temporada 2018/19 mais alcooleira vem se confirmando ao longo dos últimos meses. Segundo a Unica (União da Indústria de Canade-Açúcar), no acumulado da safra (de abril até primeira quinzena de agosto), usinas do estado de São Paulo direcionaram quase 58% do total da cana moída para a produção do etanol e pouco mais de 42%, ao açúcar. No total, as unidades paulistas produziram 11,473 milhões de toneladas de açúcar, 19,5% a menos que em igual período da safra anterior.
NORDESTE – Um maior número de usinas do Nordeste deve iniciar a moagem da nova safra apenas em setembro, mas os preços do açúcar já caíram em agosto. Assim, à espera de continuidade das quedas, compradores estiveram retraídos do mercado, adquirindo apenas de forma pontual. Usinas com maior estoque estiveram mais flexíveis em suas ofertas.
Dados da Conab indicam que, em Alagoas, maior produtor da região Norte/Nordeste, a produção de cana-de-açúcar é estimada em 15,65 milhões de toneladas na safra 2018/19, quase 15% superior à da temporada passada. Em Pernambuco, segundo maior produtor da mesma região, a produção pode crescer 9,3%, a 11,83 milhões de toneladas. Em agosto, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco teve média de R$ 66,21/sc de 50 kg, baixa de 3,39% em comparação com julho e recuo de 11,48% frente a agosto/17, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 66,08/sc, 2,58% menor que em julho e 9,81% abaixo do de agosto/17, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 55,54/sc, baixa de 5,59% na comparação com julho e queda de 5,74% frente a agosto/17.
INTERNACIONAL – Apesar de a Organização Internacional de Açúcar (OIA) ter projetado superávit de 6,747 milhões de toneladas na safra mundial 2018/19, os valores do açúcar demerara tomaram fôlego em agosto, registrando boa recuperação no final do mês. O impulso esteve atrelado ao reduzido volume de chuva entre abril e julho no Brasil, que prejudicou a produtividade dos canaviais, elevando a expectativa de quebra de safra, principalmente em São Paulo. As valorizações do petróleo e do dólar também podem elevar o preço da gasolina, o que, por sua vez, deixa o etanol ainda mais competitivo. Esse contexto poderia estimular uma produção maior do biocombustível no Centro-Sul brasileiro.
Cálculos do Cepea indicam que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 1,14% a mais que as externas em agosto. Esse cálculo considera as médias do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Outubro/18 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 63,65/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 53,38/tonelada.
EXPORTAÇÃO – Os embarques de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,44 milhão de toneladas em agosto/18, volume 15,5% menor que o de julho/18 e 33% inferior ao de agosto/17 (2,16 milhões de toneladas), segundo a Secex. Em relação ao açúcar branco, foram exportadas em agosto 264,9 mil toneladas, volume 63,9% superior ao de julho/18 (161,6 mil toneladas) e 56,1% menor que o de agosto/17 (603,5 mil toneladas). O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.123,4/t em agosto, 4,7% maior que julho/18 (R$ 1.072,9/t) e 3,4% inferior ao de agosto/17 (R$ 1.163,3/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.460,2/t, alta de 1,2% em relação a julho/18 (R$ 1.443,0/t) e alta de 12% em comparação com agosto/17 (R$ 1.304,0/t). A receita com a exportação de açúcar foi de R$ 2 bilhões em agosto/18, respectivas baixas de 2,9% frente a julho/18 (R$ 2,06 bilhões) e de 39% em relação a agosto/17 (R$ 3,3 bilhões), em termos nominais.