O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou baixa de 10,43% em julho, fechando a R$ 52,31/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal foi de R$ 55,11/saca de 50 kg, 4,65% inferior à de junho (R$ 57,80/saca de 50 kg) e 9,92% abaixo da média de julho/17 (R$ 61,18/saca de 50 kg), em termos nominais. O Indicador de Açúcar Cristal ESALQ/BVMF – Santos também acumulou baixa, de 8,68%, em julho, fechando a R$ 54,36/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal desse indicador foi de R$ 56,45/saca de 50 kg, 3,79% inferior à de junho (R$ 54,77/saca de 50 kg) e 8,03% abaixo da média de julho/17 (R$ 61,38/saca de 50 kg), em termos nominais.
Em julho, usinas paulistas estiveram mais flexíveis em baixar os valores de suas ofertas quando compradores buscaram maiores quantidades. Mesmo com as projeções para esta temporada de 2018/19 indicando menor produção de açúcar, a demanda não mostrou sinais de aquecimento, visto que as baixas do mercado internacional pressionaram os valores domésticos.
Segundo a Unica, no acumulado da safra 2018/19 até primeira quinzena de julho, a produção de açúcar no estado de São Paulo totaliza 8,543 milhões de toneladas, volume 12,51% menor que o do mesmo período da temporada passada. Do total das 161,515 milhões de toneladas da cana moída no estado, 41,66% foram direcionadas à produção de açúcar e 58,34%, à de etanol.
No Nordeste, prevaleceu a lentidão dos negócios em julho, com a oferta cada vez mais restrita. A liquidez esteve baixa no período e alguns compradores adquiriram o produto pontualmente, aguardando a chegada da nova safra. Algumas usinas devem iniciar a safra 2018/19 já em agosto.
Em julho, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco teve média de R$ 68,53/sc de 50 kg, alta de 3,49% em comparação com junho, mas recuo de 10,47% frente a julho/17, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 67,83/sc, 6,47% maior que em junho, porém 13,44% abaixo do de julho/17, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 58,83/sc, alta de 11,10% na comparação com junho e queda de 5,54% frente a julho/17.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), as cotações do açúcar demerara foram fortemente pressionadas, devido à ampla produção de açúcar na Índia nesta safra 2017/18. Segundo a Associação das Usinas de Açúcar da Índia (Isma), o país deve encerrar a temporada em 30 de setembro/18, com estoque de 10 milhões de toneladas de açúcar, muito maior que as 3,87 milhões de toneladas no encerramento da temporada anterior. Com essa elevada disponibilidade de açúcar em estoque, os preços no mercado interno indiano podem recuar, levando o país a tentar exportar açúcar, influenciando as cotações internacionais. Somado a isso, a produção de açúcar da Índia na próxima temporada 2018/19 deve registrar outro recorde, de 35 milhões de toneladas. Os dados de uma menor produção de açúcar no Brasil não têm sustentado as cotações do açúcar no cenário internacional.
Cálculos do Cepea indicam que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 7,81% a mais que as externas em julho. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Outubro/18 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 57,02/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 54,50/tonelada.
Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,71 milhão de toneladas em julho/18, volume aproximadamente igual que o de junho/18 e 22% inferior ao de junho/17 (2,18 milhões de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas em julho/18, 161,6 mil toneladas, volume 27,1% inferior ao de junho/18 (221,5 mil toneladas) e 66,1% menor que o de julho/17 (476,7 mil toneladas).
O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.072,9/t em julho/18, baixa de 2,6% frente a junho/18 (R$ 1.101,2/t) e de 13,1% em comparação com julho/17 (R$1.234,4/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$1.443,0/t, alta de 12,4% em relação a junho/18 (R$ 1.284,2/t) e de 8,8% em comparação com julho/17 (R$ 1.326,2 /t), em termos nominais. A receita com a exportação de açúcar foi de R$ 2,06 bilhões em julho/18, baixa de 4% frente a junho/18 (R$ 2,16 bilhões) e de 38% em relação a julho/17 (R$ 3,33 bilhões), em termos nominais.