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Açúcar: Indicador do Cristal (Estado de SP) Acumulou Alta de 4,43% em Agosto

Publicado 06.09.2019, 15:29
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O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 4,43% em agosto, fechando a R$ 61,26/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 60,07/saca, 0,61% superior à de julho (R$ 59,70/sc) e 16,65% acima da média de agosto/18 (R$ 51,49/sc), em termos nominais. No acumulado da atual temporada 2019/20 (de abril/19 a agosto/19), os preços médios seguem superiores aos do mesmo período da safra 2018/19, em termos reais. Entre a segunda e a terceira semana do mês, o volume de cristal negociado no mercado spot do estado de São Paulo diminuiu. Esse cenário pode ser explicado, em parte, pela boa quantidade vendida entre julho e a primeira dezena de agosto, o que deixou compradores mais abastecidos e usinas em uma posição mais confortável com relação ao fluxo de caixa. O maior direcionamento da cana-deaçúcar para a produção de etanol também contribui para reduzir a oferta de cristal no spot. Já na última semana de agosto, o volume de cristal negociado no spot de SP voltou a aumentar. O dólar elevado, que estimula as exportações nacionais, pode ter atraído compradores domésticos para o spot paulista. Do lado das usinas, a grande maioria manteve os valores de suas ofertas, reforçando a alta nos preços. Segundo dados divulgados pela Unica, no acumulado da safra 2019/2020 (até 16 de agosto), a moagem de cana-de-açúcar no estado de São Paulo somou 204,31 milhões de toneladas, queda de 2,50% frente ao ciclo 2018/19. Já a produção acumulada de açúcar somou 15,45 milhões de toneladas, 6,34% abaixo do valor observado em igual período de 2018.

No Nordeste, algumas unidades produtoras iniciaram a moagem da safra 2019/20, produzindo inicialmente açúcar VHP. Já compradores aguardam crescimento na oferta do adoçante no mercado interno para as próximas semanas. O aumento da disponibilidade de açúcar da safra nova ocorreu no final do mês, elevando o ritmo das vendas do produto. Quanto aos preços, foram pressionados, influenciados principalmente pelas negociações interestaduais. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados em agosto indicaram que a produção de cana-de-açúcar na safra 2019/20 do Nordeste deve atingir 47 milhões de toneladas, aumento de 5,9% em relação à temporada anterior. Estima-se uma recuperação de 6,1% na produtividade, devido ao clima favorável. A Conab prevê produção de açúcar de 2,74 milhões de toneladas, aumento de 11% em relação à safra passada. Em agosto, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 76,83/sc de 50 kg, altas de 0,93% frente a julho/19 e de 16,04% em relação a agosto/18, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$74,03/sc, queda de 0,44% em relação a julho/19, mas alta de 12,03% frente a agosto/18, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do cristal foi de R$74,73/sc, baixa de 2,95% em relação a agosto/19 (desde junho/19, este Indicador voltou a considerar o ICMS). Quanto ao mercado internacional, os valores do demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures) foram pressionados principalmente pela forte valorização do dólar frente ao Real, que estimula as exportações brasileiras. A pressão também veio da confirmação do governo indiano de subsídio para exportação de seis milhões de toneladas. Além disso, um novo acordo comercial entre EUA e México, que prevê redução das exportações do segundo para o primeiro, deve elevar a oferta de açúcar no mercado mundial. Segundo o Rabobank, os armazéns mexicanos estão abarrotados de açúcar e, até o próximo dia 1º de outubro, o país pode escoar 500 mil toneladas para o mercado mundial.

No entanto, a mudança na expectativa global para o longo prazo deve também se estender às cotações. Segundo a INTL FCStone, o saldo negativo pode ser de 5,9 milhões de toneladas no próximo ciclo global 2019/20, que se inicia em outubro/19. Condições climáticas adversas, principalmente nas regiões canavieiras da Índia, dão suporte às projeções de déficit. Cálculos do Cepea indicam que as vendas internas de açúcar remuneraram, em média, 9,1% a mais do que as externas em agosto. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e o do vencimento Outubro/19 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 50,12/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 50,36/tonelada. Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) somaram 1,51 milhão de toneladas em agosto/19, volume 10,7% menor do que o de julho/19 (1,69 milhão de toneladas) e 5,6% superior ao de julho/18 (1,43 milhão de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas 156 mil toneladas em agosto/19, volume 23,3% superior ao de julho/19 (126,5 mil toneladas), mas 41,1% menor do que o de agosto/18 (264,9 mil toneladas). O preço médio do açúcar bruto exportado em agosto/19 foi de R$ 1.140,1/t, 6,9% maior do que o de julho/19 (R$ 1.066,4/t) e 1,4% superior ao de agosto/18 (R$ 1.124,5/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.475,1/t, altas de 7,7% em relação a julho/19 (R$ 1.369,4/t) e de 1,3% em comparação com agosto/18 (R$ 1.455,8 /t), em termos nominais. A receita com as exportações de açúcar foi de R$ 1,95 bilhão em julho/19, baixa de 1,5% frente a julho/19 (R$ 1,98 bilhão) e de 2% em relação a agosto/18 (R$ 1,99 bilhão), em termos nominais.

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