O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 2,84% em setembro, fechando a R$ 63,00/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 61,04/saca de 50 kg, 1,63% superior à de agosto (R$ 60,07/saca de 50 kg) e 0,58% acima da de setembro/18 (R$ 60,69/saca de 50 kg), em termos nominais. No início de setembro, as usinas do estado de São Paulo estiveram mais flexíveis nos preços de venda, diante da demanda mais retraída. Já a partir da segunda quinzena, os preços do açúcar cristal estiveram mais firmes, tendo em vista que usinas paulistas priorizaram a produção de etanol, mantendo a oferta do adoçante reduzida. Assim, na última semana do mês, os valores médios subiram, voltando a fechar acima de 62 reais por saca de 50 kg, refletindo estimativas indicando menor produção da safra 2019/20. Pelo lado da demanda, o volume de aquisição no spot manteve-se estável, com casos pontuais envolvendo quantidades maiores. No acumulado da safra 2019/20 (de abril/19 até primeira quinzena de setembro/19), a Unica estima que a produção de açúcar totalizou 13,8 milhões de toneladas no estado de São Paulo, 5,74% menor se comparada à de igual período de 2018. O mix de produção no estado segue maior para o etanol, sendo que das 255,55 milhões de toneladas de cana moída, 57,94% foram direcionadas à fabricação do biocombustível e 42,06%, para o açúcar.
No Nordeste, chuvas atrasaram o início da moagem da safra 2019/20 em algumas usinas nos primeiros dias de setembro. No decorrer do mês, os volumes negociados até aumentaram, mas os preços seguiram estáveis. Somente na última semana que algumas usinas baixaram os preços de suas ofertas, para desovar estoques da safra anterior. Com a safra evoluindo bem, compradores continuaram a aguardar mais ofertas de usinas que deverão entrar no mercado nas próximas semanas. Em setembro, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 75,97/sc de 50 kg, queda de 1,12% frente a agosto/19 e alta de 19,04% em relação a setembro/18, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 73,45/sc, queda de 0,78% em relação a agosto/19, mas alta de 16,55% frente a setembro/18, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 73,14/sc, baixa de 2,13% em relação a agosto/19. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), os contratos futuros do açúcar demerara continuaram pressionados pela maior oferta global do adoçante no curto prazo. Além disso, o dólar seguiu elevado em relação ao Real, contexto que estimula as exportações brasileiras de açúcar. Na segunda quinzena de setembro, no entanto, os valores foram sustentados por expectativas de déficit na produção de açúcar na próxima temporada global 2019/20, que variam de 1 milhão a 7,75 milhões de toneladas.
Cálculos do Cepea indicaram que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 10,98% a mais que as externas em setembro. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Outubro/19 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 51,27/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 49,18/tonelada. Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,55 milhão de toneladas em setembro/19, volume 3% maior que o de agosto/19 (1,51 milhão de toneladas), mas 31% inferior ao de setembro/18 (2,25 milhões de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas em setembro/19, 164,8 mil toneladas, volume 6% superior ao de agosto/19 (155,7 mil toneladas) e 40% menor que o de setembro/18 (274,6 mil toneladas). O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.121,1/t em setembro/19, 1,3% menor que o de agosto/19 (R$ 1.136,2/t), porém, 1,4% superior ao de setembro/18 (R$ 1.105,5/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.519,5/t, alta de 3,1% em relação a agosto/19 (R$ 1.473,3/t) e queda de 2,4% em comparação com setembro/18 (R$ 1.556,6/t), em termos nominais. A receita com as exportações de açúcar foi de R$ 1,99 bilhão em setembro/19, alta de 2,6% frente a agosto/19 (R$ 1,94 bilhão) e baixa de 31,6% em relação a setembro/18 (R$ 2,91 bilhões), em termos nominais.