O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) subiu 0,54% em novembro, fechando a R$ 65,56/saca de 50 kg no dia 29. A média mensal foi de R$ 65,65/saca de 50 kg, 0,95% superior à de outubro/19 (R$ 65,04/saca de 50 kg), mas 3,08% abaixo da média de novembro/18 (R$ 67,74/saca de 50 kg), em termos nominais. Em novembro, o patamar médio do açúcar cristal negociado no mercado spot paulista seguiu na casa dos R$ 65,00/saca de 50 kg, o que tem sido observado desde a segunda quinzena de outubro. Esse cenário de estabilidade pode ser atribuído à oferta, que foi restrita por parte das usinas, e também à demanda na pronta entrega, que não mostrou sinais de aquecimento. Compradores estavam abastecidos com o recebimento via contratos, o que diminuiu a necessidade de aquisições adicionais no spot. Um maior número de usinas paulistas encerrou a moagem da safra 2019/20 em novembro, englobando aproximadamente 88% da amostra consultada pelo Cepea. Segundo a Unica, nos primeiros quinze dias de novembro, a produção de açúcar alcançou 785,98 mil toneladas, queda de 11,31% em relação à quantidade fabricada em igual período do último ciclo. No acumulado desde o início da safra até 16 de novembro, a produção acumulada de açúcar somou 26,01 milhões de toneladas.
NORDESTE – No mercado nordestino de açúcar, os preços em novembro registraram queda. Algumas usinas com necessidade de caixa reduziram o valor de suas ofertas, enquanto outras mais capitalizadas aguardaram preços mais elevados para retornar ao mercado. Mesmo nesse cenário de baixa, colaboradores do Cepea sinalizaram ligeiro aquecimento no ritmo das negociações no final do mês, especialmente em Alagoas Em novembro, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 70,04/sc de 50 kg, queda de 3,38% frente a outubro/19 e alta de 9,28% em relação a novembro/18, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 69,86/sc, queda de 1,56% em relação a outubro/19, mas alta de 8,11% frente a novembro/18, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 69,48/sc, baixa de 1,01% em relação a outubro/19.
INTERNACIONAL – As cotações do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures) subiram, impulsionadas, entre outros fatores, pela diminuição na produção de açúcar na Índia. De acordo com a Indian Sugar Mills Association (Isma), a produção de açúcar na Índia na atual temporada 2019/20 não superou as 485 mil toneladas até o dia 15 de novembro, redução de 63,8% em comparação com o mesmo período da temporada 2018/19. Vale ressaltar que importantes usinas do país estão com as moagens atrasadas, devido a enchentes. Além disso, as cotações do adoçante também subiram influenciadas por novas projeções que indicam déficit na produção mundial de açúcar. Segundo a estimativa da Organização Internacional do Açúcar (OIA), o saldo negativo na produção global da commodity será de 6,115 milhões de toneladas, devido à menor produção em players importantes, como a Índia e a Tailândia. Ainda de acordo com a OIA, a relação entre consumo e estoque na temporada 2018/19 está em 50,50%, a mais baixa desde a safra mundial 2016/17.
Cálculos do Cepea indicam que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 8,47% a mais que as externas em novembro. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Março/20 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$38,58/tonelada e custos com elevação e frete de US$47,53/tonelada. Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,70 milhão de toneladas em novembro/19, volume 4% menor que o de outubro/19 (1,76 milhão de toneladas), mas 2% superior ao de novembro/18 (1,66 milhão de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas em novembro/19, 251,2 mil toneladas, quantidade 67,9% acima da de outubro/19 (149,6 mil toneladas) e 28,6% maior que a de novembro/18 (195,4 mil toneladas). O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.162,2/t em novembro/19, alta de 2,9% frente a outubro/19 (R$ 1.129,6/t) e de 6,9% em comparação com novembro/18 (R$ 1.087,6 /t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.480,0/t, baixa de 0,5% em relação a outubro/19 (R$ 1.487,9/t), porém, alta de 11,9% em comparação com novembro/18 (R$ 1.322,1/t), em termos nominais. A receita com as exportações de açúcar foi de R$ 2,34 bilhões em novembro/19, elevação de 5,7% frente a outubro/19 (R$ 2,22 bilhão) e de 13,4% em relação a novembro/18 (R$2,07 bilhões), em termos nominais.