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Açúcar: Indicador do Cristal Acumulou Baixa de 7,36% em Fevereiro

Publicado 09.03.2018, 12:43
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O Indicador do açúcar cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou baixa de 7,36% em fevereiro, fechando a R$ 51,35/saca de 50 kg no dia 28. A média mensal foi de R$ 53,23/sc, 12,56% inferior à de janeiro (R$ 60,88/sc) e 36,03% abaixo da de fevereiro/17 (R$ 83,22/sc), em termos nominais.

O Indicador do açúcar cristal ESALQ/BVMF – Santos acumulou queda de 4,95% no mesmo período, fechando a R$ 52,28/saca de 50 kg no dia 28. A média mensal deste Indicador foi de R$53,47/sc, 12,71% inferior à de janeiro/18 (R$ 61,26/sc) e 34,66% abaixo da de fevereiro/17 (R$ 81,84/sc), em termos nominais. No mercado spot paulista, a demanda por açúcar cristal não esteve muito aquecida no correr de fevereiro. Compradores se mostraram abastecidos com entregas de produto contratado anteriormente. Desta forma, as usinas não tiveram outra opção a não ser baixar ainda mais os valores de suas ofertas, no intuito de liquidar estoques. Neste mês de março, algumas unidades paulistas já devem começar a moagem da cana da nova temporada 2018/19.

Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), na primeira metade de fevereiro de 2018, a moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul somou 574,05 mil toneladas. Nesse período, a produção de açúcar foi irrisória (de apenas 4,62 mil toneladas), enquanto o volume fabricado de etanol totalizou 69,69 milhões de litros. No acumulado da safra 2017/2018, a moagem somou 584,55 milhões de toneladas, queda de 1,71% frente ao mesmo período do ciclo 2016/2017 (594,73 milhões de toneladas). Já a produção acumulada de açúcar chegou a 35,83 milhões de toneladas.

No Nordeste, a procura seguiu enfraquecida e a liquidez, baixa. Apesar da oferta restrita, visto que algumas usinas já encerraram seus estoques, os preços seguiram em queda. De acordo com dados do Sindaçúcar (AL), até 15 de fevereiro, 12,2 milhões de toneladas de cana da safra 2017/18 haviam sido processadas no estado, queda de 17,9% frente ao mesmo período da temporada anterior. Desde a segunda quinzena de setembro/17, quando a moagem foi iniciada na região, foram produzidas mais de 973 mil toneladas de açúcar (VHP e cristal) em Alagoas, redução de 27,9% frente ao mesmo período da safra anterior.

Em fevereiro, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 62,94/sc, recuo de 3,81% em comparação com janeiro/18 e de 32,34% frente a fevereiro/17, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 63,39/sc de 50 kg, 1,86% menor que em janeiro e 31,88% abaixo do de fevereiro/17, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 53,66/sc, quedas de 4,42% na comparação com janeiro/18 e de 30,47% frente a fevereiro/17.

No mercado internacional, o comportamento dos preços do demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures) em fevereiro também não contribuiu para uma possível recuperação das cotações domésticas. O patamar do primeiro vencimento corrente no mês ficou em 13 centavos de dólar por libra-peso, enquanto nas duas primeiras semanas de janeiro estava entre 14 e 15 centavos de dólar por libra-peso. A tendência baixista tem sido fortalecida pela perspectiva de aumento e forte recuperação da produção de açúcar no continente asiático. Na atual temporada mundial 2017/18, a Índia já produziu o volume alcançado na safra anterior 2016/17 (cerca de 22 milhões de toneladas de açúcar), segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A Organização Internacional do Açúcar (OIA) atualizou sua projeção de superávit mundial de açúcar para 5,153 milhões de toneladas, aumento de 2,36% em relação à anterior (novembro/17).

Cálculos do Cepea indicaram que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 1,38% a mais que as externas em fevereiro, considerando o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Março/18 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 59,85/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 57,89/tonelada.

Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,03 milhão de toneladas em fevereiro/18, volume 19% menor que o de janeiro/18 (1,27 milhão de toneladas) e 33% inferior ao de fevereiro/17 (1,54 milhão de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas 382,7 mil toneladas, volume 29,8% superior ao de janeiro/18 (294,9 mil toneladas) e 35,9% maior que o de fevereiro/17 (281,7 mil toneladas).

O preço médio do açúcar bruto exportado em fevereiro/18 foi de R$ 1.116,2/t, baixa de 1% em relação ao de janeiro/18 (R$ 1.128,9/t) e baixa de 14% frente ao de fevereiro/17 (R$ 1.301,7/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.220,4/t, baixa de 2,8% em relação a janeiro/18 (R$ 1.256,1/t) e de 22,9% frente a fevereiro/17 (R$ 1.582,8/t), em termos nominais. A receita com a exportação de açúcar em fevereiro/18 somou R$ 1,61 bilhão, 10,5% menor que em janeiro/18 (R$ 1,80 bilhão) e 34,2% inferior a fevereiro/17 (R$ 2,45 bilhões), em termos nominais.

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