CEPEA/ESALQ (cor Icumsa de 130 até 180) teve média de R$ 51,32/saca de 50 kg, a menor das últimas 10 temporadas, em termos reais. O patamar de março não era observado desde dezembro/08, quando a média do Indicador foi de R$ 51,48/sc – valores deflacionados pelo IGP-DI de fevereiro/18. O recuo dos preços esteve atrelado à oferta de açúcar em volume suficiente para atender à demanda nos meses de entressafra. Nas últimas duas semanas de março, especificamente, os valores do cristal voltaram a subir no mercado spot paulista, influenciados pelo aumento da demanda por parte de compradores. Por enquanto, as usinas no estado de São Paulo que deram início à moagem da cana-de-açúcar da nova safra 2018/19 têm priorizado a produção do etanol.
O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 3,99% em março, fechando a R$ 53,40/saca de 50 kg no dia 29. A média mensal foi de R$ 51,32/sc, 3,59% inferior à de fevereiro (R$ 53,23/sc) e 33,77% abaixo da média de março/17 (R$ 77,48/sc), em termos nominais. O Indicador de Açúcar Cristal ESALQ/BVMF – Santos acumulou alta de 4,07% em março, fechando a R$ 54,41/sc no dia 29. A média mensal deste indicador foi de R$ 52,40/sc, 2,01% inferior à de fevereiro/18 (R$ 53,47/sc) e 31,71% abaixo da média de março/17 (R$ 76,73/sc), em termos nominais.
Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), a moagem de cana-de-açúcar pelas unidades produtoras da região Centro-Sul alcançou 3,34 milhões de toneladas na 1ª metade de março de 2018, com 46,85 mil toneladas de açúcar produzidas. No acumulado, até 16 de março de 2018, a moagem somou 588,47 milhões de toneladas, contra 599,17 milhões registradas até a mesma data da safra 2016/2017. Como resultado, a produção acumulada de açúcar totalizou 35,89 milhões de toneladas. No Nordeste, as negociações de açúcar cristal no mercado spot em março seguiram lentas, e os preços, em queda. Compradores estiveram cautelosos, adquirindo somente o necessário, e o adoçante adquirido em Goiás acabou reforçando a pressão sobre os valores no Nordeste. Já do lado vendedor, algumas usinas ficaram fora do mercado, à espera de alta nos preços.
Em março, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 61,99/sc, recuo de 1,51% em comparação com fevereiro/18 e de 31,21% frente a março/17, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 63,19/sc, 0,32% menor que em fevereiro e 31,29% abaixo do de março/17, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 51,81/sc, quedas de 3,45% na comparação com fevereiro/18 e de 29,96% frente a março/17.
Quanto ao mercado externo, na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato Maio/18 do açúcar demerara seguiu pressionado pela expectativa de ampla oferta mundial, devido à recuperação da produção no continente asiático, em especial da Índia e da Tailândia. Segundo a Isma (Associação das Usinas de Açúcar da Índia), a estimativa de produção da Índia aumentou de 26,5 milhões para 29,5 milhões de toneladas de açúcar. Segundo a Associação, a oferta será maior que o consumo, sendo necessário exportar o excedente para não pressionar as cotações no país. Mesmo com a queda na produção brasileira de açúcar, o superávit global ainda é um consenso. Segundo a Datagro, a produção brasileira de açúcar deverá cair pelo menos 5 milhões de toneladas na temporada 2018/19. O salto nos valores do barril de petróleo, de aproximadamente 7,3% entre 19 e 23 de março, também não foi suficiente para impulsionar os preços do açúcar no mercado internacional.
Cálculos do Cepea indicam que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 1,44% a mais que as externas em março. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e o do vencimento Maio/18 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 64,70/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 60,31/tonelada.
Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,37 milhão de toneladas em março/18, volume 33% maior que o de fevereiro/18 (1,03 milhão de toneladas) e 20% superior ao de março/17 (1,14 milhão de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas 401,6 mil toneladas, volume 4,9% superior ao de fevereiro/18 (382,7 mil toneladas) e 11% maior que o de março/17 (451,7 mil toneladas).
O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.068,6/t em março/18, baixa de 4,3% em relação a fevereiro/18 (R$ 1.116,2/t), e de 23,5% frente a março/17 (R$ 1.396,1/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.203,8/t, baixa de 1,4% em relação a fevereiro/18 (R$ 1.220,8/t) e de 22,3% em comparação com março/17 (R$ 1.549,1/t), em termos nominais. A receita com a exportação de açúcar foi de R$ 1,94 bilhão em março/18, alta de 20% frente a fevereiro/18 (R$ 1,61 bilhão), mas queda de 16% em relação a março/17 (R$ 2,30 bilhões), em termos nominais.