Na última semana de fevereiro, usinas paulistas continuaram firmes nos preços pedidos pelo açúcar, além de restringirem a oferta de lotes para vendas no mercado spot. O compromisso com a entrega dos contratos feitos antecipadamente, tanto para o mercado interno quanto para o externo, tem fortalecido a posição das usinas nesta entressafra 2020/21. Além disso, cálculos do Cepea mostraram que, pela segunda semana consecutiva, as exportações continuaram remunerando mais que as vendas internas. No geral, a liquidez no mercado spot de São Paulo foi baixa ao longo da última semana. De 22 a 26 de fevereiro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 109,66/saca de 50 kg, alta de 2,37% em relação à média de 17 a 19 de fevereiro (R$ 107,12/saca de 50 kg).
ETANOL: APESAR DAS RECENTES ALTAS, PREÇOS MÉDIOS DESTA SAFRA SÃO MENORES QUE OS DA ANTERIOR
Mesmo com as fortes altas registradas neste início de ano, especialmente em fevereiro, o preço médio dos etanóis anidro e hidratado nesta parcial da safra 2020/21 ainda está 1,5% menor na comparação com o do mesmo período da temporada anterior (2019/20). Os números consideram as médias dos Indicadores CEPEA/ESALQ mensais dos etanóis anidro e hidratado entre abril/20 e fevereiro/21, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-M de fevereiro/21). Segundo agentes consultados pelo Cepea, a volta gradual da demanda neste início de ano, mesmo em um cenário de pandemia, e o período de entressafra com estoques menores têm elevado os preços. As cotações do etanol hidratado subiram em todas as semanas de janeiro e fevereiro. Em fevereiro, a média das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 2,4041/litro, avanço de 14,9% na comparação com as semanas de janeiro. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, considerando-se somente o mercado spot, o aumento foi de 10%, para a média de R$ 2,6553/litro. Quanto ao volume mensal de hidratado comercializado em fevereiro, o Cepea registrou volume semelhante ao de janeiro. Porém, no acumulado da safra (de abril/20 a fevereiro/21), observa-se forte queda de 26%, mais de 1,3 bilhão de litros a menos.
TRIGO: PREÇO DO GRÃO ENCERRA MÊS EM ALTA
Os preços do trigo em grão encerraram fevereiro, período de entressafra, em alta. Segundo colaboradores do Cepea, o foco dos produtores tem sido a colheita da safra de verão, especialmente de soja, e a definição do cultivo da segunda safra, em que se enquadra o trigo. Assim, a oferta está baixa. Do lado comprador, moinhos permaneceram ausentes do mercado nos últimos dias do mês passado, visto que afirmam ter estoques elevados de produtos acabados. Nesse cenário, apesar das altas dos valores, as negociações seguem lentas. Quanto aos derivados, a comercialização das farinhas permaneceu em ritmo lento, devido à menor demanda. A procura da indústria está enfraquecida, visto que o consumo no final da cadeia segue baixo. De acordo com colaboradores do Cepea, as restrições nos locais de produção aumentaram na região Sul, devido ao avanço da pandemia. Assim, os preços dos derivados registraram apenas pequenas oscilações nos últimos dias.
ALFACE: BAIXA OFERTA E PROCURA AQUECIDA ELEVAM PREÇOS EM SP
A produção de folhosas foi prejudicada pelo clima chuvoso no início de fevereiro, visto que a umidade reduziu a qualidade e gerou perdas nas lavouras. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, esse cenário restringiu a oferta nas roças paulistas. Já a procura se manteve firme, favorecida pelas temperaturas ainda elevadas, o que impulsionou os preços. Assim, em fevereiro, produtores e atacadistas de São Paulo registraram cotações bastante superiores às de janeiro. Em Mogi das Cruzes, a variedade crespa teve preço médio de R$ 22,14/cx com 20 unidades, 40,9% maior que o de janeiro; no atacado, a crespa teve alta de 25%, fechando com média de R$ 23,33/cx com 24 unidades, na mesma comparação. Já em Teresópolis (RSJ), o aumento da produtividade pressionou as cotações, e a crespa encerrou o mês com média de R$ 13,58/cx com 24 unidades, queda de 14% no comparativo mensal. A desvalorização só não foi mais intensa devido aos carregamentos da praça fluminense para outros estados.