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Açúcar: Demanda Diminuiu no Mercado Spot de São Paulo em Abril

Publicado 06.05.2020, 17:06

O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 0,4% em abril, fechando a R$ 75,94/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 77,38/saca de 50 kg, 1,36% inferior à de março (R$ 78,45/saca de 50 kg), mas 13,04% acima da média de abril/19 (R$ 68,46/saca de 50 kg), em termos nominais. Com as recomendações de isolamento social por parte dos governos municipais e estaduais, devido à pandemia do novo coronavírus, a demanda por açúcar diminuiu no mercado spot de São Paulo em abril, especialmente por parte das indústrias que comercializam para prontaentrega. Compradores negociaram quantidades pequenas e estritamente necessárias para dar andamento à produção, que seguiu reduzida com a economia desacelerada. Além disso, compradores esperam que o aumento na oferta do cristal com o evoluir da safra reduza ainda mais os preços. Até o fim de abril, a maioria das usinas de São Paulo havia iniciado a moagem da nova safra 2020/21, com um maior direcionamento da cana para a produção de açúcar em detrimento do etanol.

Segundo a Unica (União da Indústria de cana-de-açúcar), na primeira quinzena de abril/20 (safra 2020/21), as usinas de São Paulo moeram 13,485 milhões de toneladas de cana, 105,28% a mais do que o volume moído em igual período da temporada passada. Desse total, 42,35% foram direcionados à produção de açúcar, contra 28,13% no mesmo período do ano passado. Assim, foram produzidas 605 mil toneladas de açúcar na quinzena, mais que o triplo do volume produzido no mesmo período da safra passada. No Nordeste, as negociações de açúcar no mercado spot seguiram em ritmo lento. A demanda esteve retraída, com alguns compradores estocados. Ainda assim, os preços mantiveram-se firmes, devido à oferta restrita, especialmente do açúcar cristal. Segundo levantamento da safra 2019/20 de cana-de-açúcar, divulgado em 23 de abril pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as condições climáticas no Nordeste foram favoráveis à cultura, o que potencializou a produção. Todos os estados apresentaram aumento na produção frente à da safra 2018/19. A região nordestina colheu 49,1 milhões de toneladas de cana, aumento de 10,6% sobre a safra anterior. Em abril, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 83,17/sc de 50 kg, altas de 0,80% frente a março/2020 e de 13,53% em relação a abril/2019, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 83,97/sc, alta de 0,85% em relação a março/2020 e de 16,27% frente a abril/2019, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 82,99/sc, queda de 1,5% em relação a março/2020.

No mercado internacional, a demanda do varejo por açúcar esteve elevada em vários países, devido à intenção de estocar durante a pandemia de coronavírus. Contudo, a oferta não esteve limitada, o que desestimulou o aumento nas cotações internacionais do adoçante. Na Europa, a maior refinaria de açúcar do continente, a Suedzucker, assegurou que seus estoques são suficientes para atender a demanda atual. Ao longo da temporada mundial 2019/20, a Czarnikow Sugar prevê queda de 2 milhões de toneladas no consumo global do produto, devido à retração dos mercados. Ainda segundo a Czarnikow, esse cenário está atrelado à redução do consumo fora de casa, com o fechamento de bares e restaurantes. No geral, a baixa demanda por combustíveis (devido às medidas de isolamento para combater o avanço do coronavírus) e o dólar fortemente apreciado em relação ao Real podem fazer com que usinas brasileiras direcionem mais cana-de-açúcar para a produção do adoçante, aumentando as exportações nacionais do produto. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no ano comercial 2020/21, os embarques do País devem somar 28,85 milhões de toneladas, avanço de 33% frente ao número revisado para o ciclo 2019/20, de 19,3 milhões de toneladas. Cálculos do Cepea indicaram que as vendas internas de açúcar remuneraram, em média, 8,14% a mais do que as externas em abril. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e o do vencimento Maio/20 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 66,00/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 37,92/tonelada.

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