Os preços do açúcar cristal branco tiveram novas altas no encerramento de setembro, voltando aos patamares de abril/24, início oficial da safra 2024/25. Entre 23 e 27 de setembro, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, foi de R$ 145,14/saca de 50 kg, aumento de 2,32% em relação à da semana anterior. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte aos preços do cristal no mercado paulista se deve à restrição de oferta por parte das usinas do estado. Boa parte do açúcar já foi contratada pela indústria doméstica e/ou está destinada à exportação. Além disso, pesquisadores do Cepea explicam que, diante da queda da produtividade nas lavouras resultante de longo período de seca, representantes de vendas das usinas limitaram ainda mais a disponibilidade do produto para negociações na pronta-entrega.
ETANOL: Preços se sustentam apesar de baixa liquidez
Os preços dos etanóis seguiram firmes no mercado spot do estado de São Paulo na última semana. O Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 2,4752/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins) entre 23 e 27 de setembro, avanço de 2,28% frente à semana anterior. Para o anidro, o Indicador teve média de R$ 2,7763/litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins), pequena elevação de 0,24%. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte aos preços no segmento produtor segue vindo da sequência de boa vantagem comparativa do biocombustível frente à gasolina C na ponta varejista nos principais estados consumidores. De modo geral, o ritmo de negócios envolvendo etanol hidratado foi reduzido ao longo da semana passada. Conforme acompanhamento do Cepea, compradores mostraram menor interesse em meio às aquisições feitas anteriormente e às desvalorizações externas do petróleo. Do lado vendedor, algumas unidades produtoras ainda tiveram necessidade de escoar o etanol, por conta dos estoques, enquanto outras usinas ficaram fora do spot.
TRIGO: Avanço da colheita e demanda fraca pressionam cotações
Os preços do trigo estão em queda no mercado doméstico. Segundo pesquisadores do Cepea, à medida que a colheita da nova safra (2024/25) avança no Brasil, um maior número de lotes tem sido ofertado no spot nacional. Do lado da demanda, colaboradores do Cepea indicam que parte dos moinhos reduziu a moagem do cereal, tendo em vista os estoques elevados e também a baixa liquidez no mercado de farinhas de trigo. Em setembro, a média mensal do trigo negociado no Paraná foi de R$ 1.482,91/tonelada, recuo de 3,6% frente à de agosto/24, mas expressiva alta de 39,1% em relação à de setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI). No Rio Grande do Sul, a média foi de R$ 1.365,13/t, queda de 4,5% no comparativo mensal, porém, avanço de 18,6% no anual, conforme levantamentos do Cepea.
BATATA: Clima quente e seco acelera colheita da safra de inverno
Em setembro (parcial até o dia 27), o preço médio da batata ágata especial nas lavadoras do País foi de R$ 76,21/sc de 25 kg, queda de 9,84% em relação ao de agosto. Pesquisadores da equipe Hortifrúti/Cepea explicam que a pressão vem do pico da safra de inverno, somado ao aumento das temperaturas ao longo do mês, que acelerou a colheita. Tipicamente, o ritmo da safra de inverno diminui a partir de outubro, o que, neste ano, deve ocorrer de forma mais acentuada, já que as colheitas estão adiantadas justamente pelo calor. Quanto aos impactos das altas temperaturas sobre a produtividade, pesquisas do Cepea indicam que não houve perdas em setembro, visto que as batatas ofertadas já estavam com o ciclo concluído. Alertam, porém, que se as ondas de calor persistirem nos próximos meses, novamente pode haver danos à produtividade.