Os preços do açúcar cristal branco no spot do estado de São Paulo iniciaram dezembro na casa dos R$ 155,00/saca de 50 kg, retomando vantagem sobre o mercado externo, que registrou queda no período. Levantamentos do Cepea mostram que, enquanto a média semanal do Indicador de Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ fechou em R$ 155,46/sc de 4 a 8 de dezembro, a das cotações do contrato nº 11 da ICE Futures (vencimento Março/24) foi de R$ 151,12/sc. Assim, o spot paulista remunerou 2,87% a mais que as vendas externas – cenário que não era observado desde o início de julho. Para esse cálculo, foram considerados US$ 70,89/tonelada de fobização, US$ 112,00/t de prêmio de qualidade e R$ 4,9238 de dólar.
ETANOL: HÁ SEIS SEMANAS EM QUEDA, HIDRATADO FECHA ABAIXO DE R$ 2/LITRO
Mesmo com usinas do estado de São Paulo já em entressafra, os preços dos etanóis seguiram em queda na última semana – para o hidratado, foi o sexto período consecutivo de baixa. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio sobretudo da maior oferta no spot paulista, tendo em vista que muitas unidades estão disponibilizando o produto estocado e pretendem fechar o balanço contábil do ano. A entrada de etanol de outros estados também seguiu aquecida, reforçando o aumento da oferta de combustível no mercado de SP. Além disso, as novas desvalorizações do barril do petróleo nas bolsas internacionais – o combustível fóssil voltou a operar na casa dos US$ 70 – fizeram com que compradores testassem preços mais baixos em parte das regiões produtoras, e, em alguns casos, o vendedor acabou cedendo. Entre 4 e 8 de dezembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado, segmento produtor do estado de São Paulo, fechou a R$ 1,9803/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), recuo de 3,6% frente ao do período anterior – o Indicador não fechava abaixo de R$ 2/litro desde outubro de 2020, quando esteve em R$ 1,8945/litro.
TRIGO: PREÇOS TÊM NOVOS RECUOS, APESAR DE ESTIMATIVAS DE MENOR PRODUÇÃO
Os preços do trigo seguem em queda no Brasil, mesmo em meio a novas estimativas indicando menor produção do cereal. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão sobre os valores vem sobretudo do baixo ritmo de compras de novos lotes por parte de moinhos, que estão reduzindo as atividades neste encerramento de ano. Para a safra 2023/24, a Conab estima a produção brasileira em 8,14 milhões de toneladas, forte queda de 15,5% frente ao número apontado em novembro e expressivos 22,8% abaixo do recorde da temporada passada (quando foram colhidas 10,55 milhões de toneladas). Esse cenário é resultado especialmente da menor produtividade, estimada em 2,35 toneladas/hectare, reduções de 15,6% frente ao indicado em novembro e de significativos 31,3% em relação à de 2022 (3,42 t/ha). Já a área com trigo no Brasil avançou 12,3% frente à da temporada anterior, para 3,46 milhões de hectares, ainda conforme a Conab.
TILÁPIA: OFERTA AUMENTA, MAS DEMANDA FIRME SUSTENTA COTAÇÕES
Os preços da tilápia tiveram novas altas em novembro na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Apesar da oferta de animais ter sido elevada, por conta do aumento das temperaturas, a demanda aquecida sustentou as cotações do produto. Se de um lado, houve pressão da indústria para que os preços cedessem, de outro, o aumento do peso médio de abate dos animais, resultado principalmente do forte calor, proporcionou maiores condições de negociação aos produtores. Levantamento feito pelo Cepea aponta que, no Norte do Paraná, o valor médio pago ao produtor pela tilápia in natura foi de R$ 9,99/kg em novembro, alta de 1,13% em relação ao de outubro. No Oeste do Paraná, a média de R$ 9,72/kg superou em 0,93% a do mês anterior. Em Morada Nova de Minas (MG), o avanço foi de 0,32%, para R$ 9,52/kg. Já na região dos Grandes Lagos (noroeste do estado de São Paulo e divisa de Mato Grosso do Sul), o preço médio teve leve recuo de 0,2% em igual comparativo, a R$ 9,80/kg.