O número de negócios de açúcar cristal no mercado spot de São Paulo seguiu baixo por mais uma semana. Segundo colaboradores do Cepea, compradores têm negociado quantidades pequenas e estritamente necessárias para dar andamento à produção, que continua reduzida com a economia desacelerada. Além disso, esses agentes esperam que o aumento na oferta do cristal, com o evoluir da safra, pressione ainda mais as cotações. Até o final de abril, a maioria das usinas de São Paulo já terá iniciado a moagem da nova safra 2020/21, com um maior direcionamento da cana para a produção do açúcar, em detrimento do etanol. De 20 a 24 de abril, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 77,02/saca de 50 kg, queda de 1,89% em relação à média de 13 a 17 de abril (R$ 78,50/saca de 50 kg).
ETANOL: PREÇOS VOLTAM A CAIR EM SP
Após terem registrado certa reação na primeira quinzena de abril, os preços dos etanóis hidratado e anidro voltaram a recuar com força no estado de São Paulo na semana passada. Segundo colaboradores do Cepea, a pressão veio da intensa queda nos valores do petróleo no mercado internacional, dos ajustes no preço da gasolina por parte da Petrobras (SA:PETR4) e da menor demanda doméstica, diante das indicações de distanciamento social devido à pandemia de coronavírus. Entre 20 e 24 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou a R$ 1,3003/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), expressivo recuo de 10,6% em relação ao do período anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 1,5388/litro (sem PIS/Cofins), baixa de 6,11% no mesmo comparativo. No geral, um número maior de distribuidoras demonstrou interesse de compra na semana passada, mas o volume de hidratado comercializado acabou sendo praticamente igual ao do período anterior. Do lado das usinas, mais empresas estiveram ativas, devido à necessidade de “fazer caixa”, sendo que muitas cederam nos preços de vendas.
TRIGO: VALORIZAÇÃO DO GRÃO É MAIOR QUE A DOS DERIVADOS, E MARGEM DA INDÚSTRIA CAI
Os valores do trigo em grão e dos derivados seguem em alta no mercado interno, impulsionados pela maior paridade de importação e pela demanda aquecida. As elevações nos preços do grão, no entanto, ocorrem em maior intensidade do que as verificadas aos derivados negociados no atacado. No mercado disponível de Ijuí (RS) e do oeste e norte do Paraná, a diferença entre os preços do trigo em grão e dos derivados tem diminuído, o que indica que as margens das indústrias se reduziram. Quanto às importações, mesmo com o dólar em alta, as compras do mercado internacional seguem firmes – segundo colaboradores do Cepea, agentes pretendem repor os estoques das indústrias processadoras. De acordo com dados da Secex, a média diária de importação atual está 30,5% acima da registrada em abril de 2019.