O ano de 2021 se iniciou com estimativas indicando menor produtividade da cana-de-açúcar para a safra 2021/22 no estado de São Paulo, devido ao clima seco que prejudicou as lavouras, especialmente no segundo semestre de 2020, conforme indicam pesquisas do Cepea. Para agravar o cenário, o clima seguiu desfavorável em 2021, com seca em boa parte do ano e geadas em meados de julho. Diante disso, a menor produção do açúcar foi se confirmando ao longo da moagem da cana no estado paulista, comprometendo a disponibilidade do cristal para o mercado spot. Sobretudo por esta razão, pesquisas do Cepea indicam que os preços médios da saca de 50 kg do açúcar cristal subiram ao longo do ano, com o Indicador CEPEA/ESALQ atingindo e renovando os recordes nominais da série do produto – no dia 16 de dezembro, o Indicador fechou a R$ 157,43/saca de 50 kg, o maior patamar nominal da série histórica. Em termos reais, de abril/21 a dezembro/21 (até o dia 23), a média do Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal foi de R$ 132,55/sc, alta de 19,63% em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 110,80/sc), em termos reais – os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de novembro/21.
TRIGO: OFERTA É RECORDE EM 2021, MAS PARIDADE ELEVADA SUSTENTA PREÇO
O ano de 2021 se iniciou em meio a expectativas de crescimento na área com trigo. Segundo pesquisadores do Cepea, naquele período, produtores estavam atentos à menor oferta de trigo argentino, aos preços recordes em 2020 e ao atraso na janela ideal para a semeadura de milho segunda safra no Paraná, São Paulo e em Mato Grosso do Sul, em decorrência do baixo volume de chuva. Como resultado da maior área, a safra nacional foi recorde em 2021, mesmo diante de adversidades climáticas no campo durante o desenvolvimento do cereal, como geadas e seca. Pesquisadores do Cepea indicam que, apesar da maior oferta no País, os preços também atingiram recordes nominais, influenciados pela forte valorização do dólar, por expectativas de menor oferta internacional, pela demanda firme e, especialmente, pela elevada paridade de importação.