Os preços médios do açúcar cristal praticados no mercado spot do estado de São Paulo reagiram na última semana. O movimento de avanço foi atribuído à postura mais firme das usinas paulistas, que restringiram as ofertas do cristal para negociações de pronta-entrega. Segundo agentes consultados pelo Cepea, os lotes de cana-de-açúcar da nova temporada 2022/23 têm apresentado baixo teor de sacarose, resultando em menor produção de açúcar. Desta forma, as usinas têm priorizado o cumprimento dos contratos de cristal fixados anteriormente, além de direcionarem maior quantidade da cana para a produção do etanol. De 23 a 27 de maio, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, foi de R$ 131,29/saca de 50 kg, ligeira alta de 0,8% em relação à da semana anterior (de R$ 130,25/sc).
ETANOL: VENDAS DE HIDRATADO EM SP SÃO AS MENORES DA TEMPORADA 22/23
O volume de etanol hidratado negociado no estado de São Paulo e captado pelo Cepea ao longo da última semana foi o menor da atual safra 2022/23 – mais precisamente, o mais baixo desde a semana encerrada em 21 de janeiro deste ano. Esse cenário esteve atrelado ao ritmo de comercialização extremamente lento, com lotes reduzidos a pequenas quantidades. Segundo colaboradores do Cepea, agentes do setor atuaram de maneira cautelosa no momento da tomada de decisão (compra ou venda), visto que muitos estão na expectativa de novas quedas no preço do hidratado, fundamentados na demanda enfraquecida, no andamento das atividades de moagem (o clima seco na maior parte da região Centro-Sul do País vem favorecendo a colheita) e, sobretudo, nas incertezas relacionadas à questão tributária dos combustíveis. Em meio à baixa liquidez, os valores recuaram. De 23 a 27 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou a R$ 3,2486/litro, recuo de 2,94% frente ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, houve queda de 1,04% no mesmo comparativo, com o Indicador CEPEA/ESALQ fechando em R$ 3,8406/litro. Em relação ao Indicador diário posto Paulínia, a média dos valores diários do ESALQ/BM&FBovespa na última semana foi de R$ 3.323,00/m³, baixa de 3,34% frente à da semana anterior.
TRIGO: SEMEADURA COMEÇA NO RS; COTAÇÕES SEGUEM EM ALTA
A semeadura da nova safra de trigo segue avançando no País. Além do Paraná, as atividades também foram iniciadas no Rio Grande do Sul, o estado com a maior produção em 2021. No Paraná, metade da área estimada já foi semeada, e a produção deve ser maior que a do ano passado, mesmo com a menor área. No Brasil, dados da Conab mostram que a semeadura de trigo havia alcançado, até o dia 21 de maio, 27,5% da área estimada. Em Goiás, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul, as atividades já foram encerradas. Apesar das boas condições da safra nacional, da queda do dólar frente ao Real e da desvalorização do cereal no mercado internacional, os preços internos do trigo continuam em alta. Dados do Cepea mostram, inclusive, que nesta parcial de maio (até o dia 27), as médias mensais continuam em patamares recordes nominais nos estados do Sul e em São Paulo, considerando-se as séries de preços iniciadas em 2004. No PR, a média está em R$ 2.022,74/tonelada, e em São Paulo, em R$ 2.006,29/t.
ALFACE: DEMANDA ENFRAQUECIDA MANTÉM PREÇOS EM BAIXA
A procura por alface esteve enfraquecida no cinturão verde paulista (Ibiúna e Mogi das Cruzes) nos últimos dias, de acordo com relatos dos produtores consultados pelo Hortifruti/Cepea. A baixa demanda pela folhosa é reflexo tanto das baixas temperaturas quanto da aproximação do fim do mês, quando o poder de compra da população diminui. Nesse contexto, os preços caíram. Entre 23 e 27 de maio, as cotações da alface crespa recuaram 24,53% em Ibiúna frente à média da semana anterior, para R$ 20,00/cx com 20 unidades; para a variedade americana comercializada na mesma região, a desvalorização semanal foi de 34,62%, para R$ 21,25/cx com 12 unidades. Vale ressaltar que, com os custos de produção elevados, o cenário dos últimos dias pressionou ainda mais a margem do produtor, levando-os a reduzir o ritmo de plantio.