As negociações de açúcar cristal no mercado spot de São Paulo estiveram em ritmo mais lento nos últimos dias, envolvendo menores volumes. Segundo colaboradores do Cepea, compradores se mostraram abastecidos com as aquisições recentes – vale lembrar que, na semana retrasada, boas quantidades foram comercializadas no spot. Outro fator que pode ter pressionado a demanda é a queda nos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures), contexto que pode desestimular as exportações e elevar a oferta doméstica do cristal. Além disso, a desvalorização externa pode manter o comprador retraído, à espera de recuo também no mercado interno. De 22 a 26 de junho, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 75,95/saca de 50 kg, baixa de 0,27% em relação à média de 15 a 19 de junho (R$ 76,15/saca de 50 kg).
ETANOL: PROCURA DIMINUI E COTAÇÕES RECUAM NOVAMENTE EM SP
O volume de etanol hidratado negociado no mercado spot paulista na última semana permaneceu praticamente estável, e o preço do biocombustível seguiu em queda. Segundo colaboradores do Cepea, a demanda diminuiu, e apenas compras pontuais foram realizadas no período. Entre 22 e 26 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou a R$ 1,6166/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), recuo de 2,66% em relação ao do período anterior. Vale lembrar que, ao longo de junho, as cotações subiram na primeira quinzena, mas caíram na segunda. Além do recuo da demanda, a necessidade de parte das indústrias de “fazer caixa” também pressionou as cotações, tendo em vista que vendedores estiveram mais flexíveis nos preços negociados. A comercialização do etanol hidratado sem ICMS (“diferido”) também influenciou a baixa na média paulista, mesmo que negócios dessa operação não sejam computados no Indicador do Cepea. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ também recuou ligeiro 0,27%, fechando a R$ 1,8712/litro (sem PIS/Cofins). A demanda pelo anidro teve forte desaceleração, resultando em expressiva queda no volume negociado pelas distribuidoras no mercado spot.
TRIGO: CLIMA FAVORECE SEMEIO E AUMENTO DE ÁREA NO SUL DO BRASIL
Os trabalhos de campo da nova safra de trigo seguem avançando, com o clima no Sul do País favorecendo o crescimento e o desenvolvimento da cultura. Neste ritmo, estimativas indicam aumentos na área, no rendimento e, consequentemente, na produção. Conforme dados da Seab/Deral, o semeio de trigo no Paraná chegou a 89% da área estimada para o estado, e, das lavouras implantadas, 88% apresentam boas condições, 10%, condições médias e 2%, ruins. Diante disso, as estimativas de produção foram elevadas para 3,672 milhões de toneladas, contra 3,537 milhões de toneladas no relatório anterior. A área plantada no PR deve ser de 1,13 milhão de hectares, ante 970,8 mil ha em 2019, ou seja, crescimento de 16,4%. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Emater, as condições e as previsões climáticas favoráveis nas regiões de cultivo estão contribuindo para a implantação da cultura. Com o andamento positivo no Sul do País, as negociações de trigo – referentes à próxima safra – avançam no mercado interno. Nesse cenário, levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem em alta na maioria das regiões acompanhadas, impulsionados pela baixa oferta doméstica e pela valorização do dólar frente ao Real.
TOMATE: PREÇOS CAEM PELA TERCEIRA SEMANA CONSECUTIVA
Os preços do tomate salada longa vida 3A recuaram nos atacados nos últimos dias, devido ao elevado volume da variedade que entrou nos atacados. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, o aumento da oferta é reflexo da maturação acelerada, que foi favorecida pelas temperaturas mais elevadas na última semana. De acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea, a oferta vem sendo bem superior à demanda, acarretando descartes. Entre 22 e 26 de junho, a caixa de 18-20 kg foi negociada a R$ 21,70 na Ceagesp, queda de 3,77% frente à média da semana anterior. No Rio de Janeiro (RJ), em Belo Horizonte (MG) e em Campinas (SP), os preços tiveram médias de R$ 19,90, de R$ 19,47 e de R$ 25,00, registrando respectivos recuos de 15,17%, de 4,71% e de 9,09%, na mesma comparação. Nesta semana, as temperaturas mais baixas em algumas regiões produtoras podem frear um pouco a maturação dos frutos e impulsionar as cotações.