O menor volume de chuvas na semana passada em regiões paulistas com lavouras de cana permitiu que usinas consultadas pelo Cepea voltassem a normalizar a moagem. Apesar disso, não houve aumento na oferta de cristal no mercado spot, visto que a prioridade foi a entrega de contratos e/ou a produção de etanol. Diante disso, os preços do açúcar seguiram firmes. De 22 a 26 de abril, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi de R$ 69,53/saca de 50 kg, alta de 1% frente ao anterior, de R$ 68,85 (de 15 a 18 de abril). Especificamente no dia 29, o Indicador fechou a R$ 70,25/saca de 50 kg, após sete dias na casa dos R$ 69.
ETANOL: PRIMEIRO MÊS DA SAFRA 2019/20 É MARCADO POR PREÇOS EM ALTA
De acordo com levantamento do Cepea, o primeiro mês oficial da safra 2019/20 foi marcado por preços dos etanóis em alta – com exceção desta última semana que as cotações recuaram, visto que usinas voltaram a ofertar, devido à normalização da moagem. Os volumes de negócios foram expressivos ao longo de abril, especialmente de etanol hidratado, por causa da relação favorável de preço do biocombustível nas bombas no estado de São Paulo. Usinas tiveram problemas com o início da moagem da safra 2019/20, por conta das chuvas ocorridas nas principais regiões produtoras do estado de São Paulo, reduzindo a oferta de etanol e elevando as cotações do biocombustível. A média das quatro semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,8462/litro em abril, valor 3,7% maior que o das quatro semanas de março. No caso do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, houve alta de 5,9% na mesma comparação, com média de R$ 1,9862/litro em abril, considerando-se somente o mercado spot.
TRIGO: VENDEDOR CAUTELOSO E COMPRADOR RETRAÍDO DESAQUECEM MERCADO
Vendedores brasileiros consultados pelo Cepea estão cautelosos quanto à comercialização no segundo semestre. Com isso, ofertam lotes de trigo remanescentes no spot – essa tentativa de liquidar estoques pode estar atrelada ao fato de os preços serem considerados satisfatórios neste momento. Já demandantes sinalizam interesse nas importações e aguardam maior oferta do produto argentino. Assim, mesmo este sendo período de entressafra brasileira, as cotações estão em queda em algumas praças acompanhadas pelo Cepea. Além disso, as recentes baixas nos valores externos do cereal de inverno e nas cotações do milho também influenciaram as leves desvalorizações internas. No campo, o cultivo tem sido limitado pela falta de chuvas. No entanto, previsões indicam precipitações nas próximas semanas, o que deve favorecer o semeio e também o desenvolvimento inicial das lavouras já implantadas.
MELANCIA: COM OFERTA NACIONAL RESTRITA, PREÇOS SOBEM
Os preços da melancia na região de Uruana (GO) seguiram elevados entre 22 e 26 de abril. Com a finalização da safra em Teixeira de Freitas (BA) e a colheita dos últimos frutos de São Paulo, a oferta nacional seguiu restrita, sustentando os preços em Uruana. Assim, a melancia graúda (>12 kg) teve média de R$ 1,04/kg, alta de 1,7% frente à semana anterior. A expectativa de agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea é de que as cotações permaneçam em elevados patamares nas próximas semanas. Além de a região goiana ser praticamente a única ofertante em maio, o volume de frutos nesta praça pode seguir baixo. Isso porque, mesmo com os trabalhos se intensificando em meados do próximo mês, as chuvas durante a florada (fevereiro e março) podem reduzir a produtividade das próximas roças colhidas. Colaboradores do Hortifruti/Cepea esperam que o volume produzido tenha significativo aumento apenas após junho.