O cenário de incerteza na economia mundial e também no Brasil tem reduzido o número de negociações no mercado paulista de açúcar e pressionado as cotações. Na terça-feira, 10, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, voltou à casa dos R$ 78,00 por saca no estado de São Paulo. No entanto, segundo colaboradores do Cepea, o final da entressafra na região Centro-Sul do Brasil limitou a queda nos preços, tendo em vista que a disponibilidade atual de açúcar no spot está substancialmente menor. Ainda assim, a média da semana (de 9 a 13 de março) foi de R$ 79,68/saca de 50 kg, queda de 1,39% em relação à do período anterior (de R$ 80,80/sc de 50 kg).
ETANOL: PREÇO DO PETRÓLEO E INÍCIO DA MOAGEM NO BR PRESSIONAM HIDRATADO EM 7%
O início da moagem de cana-de-açúcar em um pequeno número de usinas em São Paulo e o forte recuo do preço do petróleo pressionaram as cotações dos etanóis hidratado e anidro no mercado paulista e também em outros estados do Centro-Sul – exceto em Mato Grosso. Segundo pesquisadores do Cepea, esse forte movimento de baixa se deve à guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia. Na última semana, inclusive, o petróleo registrou a maior desvalorização desde a Guerra do Golfo Pérsico, em 1991. Além disso, a participação de compradores no mercado interno de etanol está baixa, o que tem reduzido a liquidez – esses demandantes estão à espera de uma maior entrada do biocombustível no mercado nas próximas semanas. Diante disso, entre 9 e 13 de março, o volume negociado de etanol hidratado captado pelo Cepea foi baixo, sendo 6,54% inferior ao da semana anterior. No mesmo período, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou a R$ 1,9437/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), forte recuo de 7,79% em relação ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,1558/litro (sem PIS/Cofins), queda de 5,11% no mesmo comparativo.
TRIGO: COM DÓLAR FORTE E MENOR DISPONIBILIDADE DOMÉSTICA, PREÇOS SOBEM NO BR
Em um cenário de baixa oferta interna e de dólar elevado, os preços domésticos do trigo em grão seguem firmes. O aumento expressivo da moeda norte-americana limitou ainda mais as importações do cereal – nessa segunda-feira, 16, o dólar fechou a R$ 5,03, expressiva valorização de 6% frente à segunda anterior. De acordo com colaboradores do Cepea, com vendedores retraídos e firmes em suas ofertas, a liquidez doméstica está baixa. Do lado da demanda, compradores com necessidade de estoques enfrentam dificuldades em encontrar lotes. No mercado de derivados, as cotações das farinhas seguem em alta, influenciadas pela sustentação no preço do trigo e pela valorização do dólar. Segundo colaboradores do Cepea, nota-se leve aumento na demanda por esse derivado e a manutenção dos preços em algumas regiões. Para o farelo de trigo, a falta de chuva nas pastagens do estado de Santa Catarina favoreceu as vendas, especialmente para criadores de gado.